G1 – O consórcio Via Mobilidade, formado pelas empresas CCR e RuasInvest, venceu nesta terça-feira (20) uma concorrência internacional realizada na B3, a Bolsa de Valores em São Paulo, para a concessão das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Juntas, as duas linhas tem 79 quilômetros de extensão, 43 estações e transportam 1,1 milhão de passageiros por dia, segundo o governo.
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Foi a primeira vez que o governo do estado de São Paulo ofereceu à iniciativa privada linhas da CPTM. Até então, apenas novas linhas do Metrô foram concedidas a empresas.
A expectativa do governo era a de conseguir ao menos R$ 323,9 milhões de outorga fixa pela concessão. O consórcio formado pelas empresas CCR, que administra rodovias e Ruas Invest Participações, ligada a grupo que opera linhas de ônibus na capital paulista, ofereceu R$ 980 milhões e sagrou-se vencedor do leilão, com ágio de mais de 202% da outorga prevista.
O consórcio vencedor terá direito de aproveitamento das linhas por um período de 30 anos e terá que investir mais de R$ 3,2 bilhões na melhoria da infraestrutura, incluindo aquisição de trens e aprimoramento das estações.
Quatro consórcios apresentaram propostas durante o leilão. O consórcio vencedor, Via Mobilidade, já opera, por concessão, a linhas 5-Lilás do Metrô e a Linha 17-Ouro do Monotrilho. As duas participantes do consórcio vencedor, a CCR e a Ruas Invest, também operam a Linha 4-Amarela do Metrô por meio do consórcio ViaQuatro.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vice-governador, Rodrigo Garcia, e o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, estiveram presentes no leilão.
Segundo as regras do edital, foram exigidas garantias de propostas dos participantes do edital.
Ao discursar após a decisão, Baldy parabenizou os vencedores e os demais competidores, afirmando se tratar de “um momento histórico”, devido à participação de quatro consórcios na disputa. O secretário comemorou o resultado da outorga, afirmando que o estado irá investir na melhoria da malha ferroviária e em áreas prioritárias.
Já o governador, João Doria, afirmou que o seu governo, que ele definiu como “liberal”, “acredita no privado e que o privado faz melhor do que o público”. “Respeito o setor privado e todos que souberam disputar, com muitas pessoas e muito investimento. É assim que o setor privado faz e de forma dedicada”, afirmou Doria.
“Após a pandemia, a mobilidade vai ter um boom, vão faltar aviões e faltará mobilidade. Haverá uma demanda gigantesca por mobilidade”, afirmou Doria, salientando que o governo irá fiscalizar os serviços prestados na concessão das linhas da CPTM.
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