Projetos 2022

Mudanças pontuais

Há quatro projetos de carga em andamento; ferrovias autorizadas ainda não engrenaram. Já as obras de passageiros se concentram em SP

Pouca coisa mudou no Brasil, do ano passado para cá, em termos de construção de novas ferrovias. No segmento de carga, os projetos que estavam em andamento em 2021 continuam praticamente os mesmos, a exemplo do trecho 2 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), entre Caetité e Barreiras (BA), sob responsabilidade da Valec. O avanço físico das obras foi de apenas 6% na comparação com o levantamento do ano passado. Já as obras de conclusão do trecho 1, entre Ilhéus e Caetité, ainda não começaram. O trabalho está a cargo da concessionária Bamin, que atualmente faz uma avaliação completa do ativo, antes de iniciar a contratação das obras, prevista para o primeiro trimestre de 2023.

A boa notícia é que a Vale concluiu, em fevereiro, a entrega de 15 mil toneladas de trilhos e 32 mil dormentes de concreto para o trecho 2 da Fiol. A compra dos materiais ficou sob responsabilidade da mineradora, em função do mecanismo de investimento cruzado firmado com o governo federal em troca da renovação antecipada do contrato de concessão da EFVM. Nesse acordo, está incluída ainda a construção pela Vale do primeiro trecho da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), de Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT), cujas obras só começaram efetivamente em março deste ano, por conta de atrasos na desapropriação de trechos. Até o momento, 30 km estão liberados pela Valec.

A Ferrovia Transnordestina segue em obras no Piauí e no Ceará, tocadas com aportes da CSN, acionista da Transnordestina Logística S.A (TLSA). A novidade é que, em agosto, o Tribunal de Contas da União deu sinal verde para a concessionária voltar a receber verba pública por meio de financiamento de fundos públicos. Com isso, o governo federal espera que até o fim do ano, o ritmo de obras possa engrenar em direção ao Porto do Pecém (CE).

Paralisadas desde abril deste ano, as obras de finalização do Tramo Centro-Sul da Ferrovia Norte-Sul voltaram aos canteiros na segunda quinzena de agosto, diz a Rumo, que confirma também a mudança de empreiteira: o consórcio SCNE (Sacyr, Neopul e ETC) foi substituído pela CCB Construtora. O prazo para entrega, no entanto, encontra- se em atraso. Pelo contrato, a conclusão das obras deveria acontecer em julho de 2022.

Projetos como Ferrogrão, EF-118 (Rio-Vitória), extensão da Rumo Malha Norte entre Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, e Nova Ferroeste continuam no papel, sem grandes avanços. Importante lembrar que não foram listados nesse levantamento os 27 projetos de ferrovias privadas já aprovados pelo governo federal, dentro do modelo de autorização. Nenhum deles, até o momento, teve suas obras iniciadas.

Passageiros

O levantamento da Revista Ferroviária mostrou também que as obras no segmento de passageiros continuam basicamente concentradas em São Paulo, onde há quatro projetos em andamento de metrô (Linha 15-Prata, Linha 17-Ouro, extensão da Linha 2-Verde e Linha 6-Laranja). Com exceção da Linha 17-Ouro (monotrilho), que vem apresentando problemas com fornecedores e consórcios de empreiteiras, todas as outras encontram-se em bom ritmo. Na CPTM, há obras de construção e remodelação de estações, além da extensão da Linha 13-Jade até Barra Funda. Outros projetos em andamento em São Paulo são o trecho 2 do VLT da Baixada Santista e o aeromóvel que vai ligar a Linha 13-Jade ao Aeroporto de Guarulhos.

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