Folha da Região (Araçatuba-SP) – O governo federal adiou de outubro para dezembro o processo de relicitação da Malha Oeste, que é a ferrovia que vai de Mairinque (SP) até Dourados (MS) e que corta a maioria dos municípios da região.
A informação da nova data foi confirmada pelo Ministério de Infraestrutura. O motivo da mudança de data seria a necessidade de tramitação de documentos e estudos para a formação do processo. Este é o segundo adiamento, pois a primeira previsão, divulgada no início do ano, era de que o processo ocorresse em setembro.
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Atualmente o trecho está desativado. Levantamento feito em 2021 estima que a ferrovia precisa de R$ 15 bilhões de investimentos privados para voltar a ser trafegável. A estruturação do projeto para a relicitação da Malha Oeste é realizada pelo consórcio Nos Trilhos de Novo, composto por quatro empresas e liderado pela Latina Projetos Civis e Associados.
O projeto foi contratado por meio do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) e inserido no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal. A Malha Oeste, inicialmente NOB (Noroeste do Brasil) e, depois, assumida pela falida RFFSA (Rede Ferroviária Federal), já passou por diferentes empresas depois de um processo de privatização que não resultou na sua plena recuperação. Até julho de 2020, a malha era gerida pela Rumo, mas agora aguarda para ser relicitada.
MULTAS
Como a Folha da Região publicou na última sexta-feira, a Rumo Malha Oeste S.A. já acumula R$ 36 milhões em multas emitidas pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A ferrovia está praticamente sem uso e espera pelo processo de relicitação pelo governo federal. A estimativa é de que a recuperação da linha custe R$ 14,9 bilhões, distribuídos ao longo de 15 anos, aos novos administradores.
Essas multas foram aplicadas pela ANTT