G1 – O Secretário de Estado de Transportes e Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro, Washington Reis, disse ao RJ2, nesta sexta-feira (19), que a população fluminense deve ficar tranquila em relação ao transporte ferroviário do estado. Diante do impasse envolvendo a renovação do contrato com a Supervia, Reis informou que o governo vai “dar conta do recado”.
“A população pode ficar segura de que a nossa malha ferroviária, os nossos quatro ramais, vão funcionar muito bem”, disse o secretário.
“Nós estamos preparados, a população pode ficar tranquila que a situação do trem da Supervia nós vamos resolver, tanto na parte que é operada pela empresa, como na parte do estado, a segurança, muros etc. Nós não queremos esse modelo ultrapassado”, completou Reis.
Com contrato em vigor apenas até o próximo dia 1 de julho, as negociações entre o Governo do Estado e o grupo japonês Gumi, responsável pela Supervia, estão andando lentamente. Nesta sexta-feira (19), o governo enviou um ofício à empresa, pedindo um posicionamento sobre a possibilidade de prorrogar o contrato até novembro.
A ideia do governo é oferecer mais tempo para que a empresa possa comprovar os investimentos feitos nos últimos anos e assim garantir a renovação automática do contrato até 2048. O embate jurídico se apresenta justamente pela falta de comprovação dos gastos realizados.
Condições para renovação
De acordo com o Washington Reis, não existe chance de o acordo ser renovado sem que a empresa faça os investimentos estipulados no acordo original.
“Se eles assinarem, cumprirem e pagarem o que devem dos investimentos no sistema ferroviário, sem problemas (para a renovação)”, comentou Reis.
Entre as obrigações da empresa que precisam ser comprovadas estão investimentos em infraestrutura e em serviços. “Tem muita coisa pra eles fazerem que não fizeram”, disse o secretário de transportes.
Washington Reis não acredita que a Supervia consiga atender a todas as exigências necessárias para negociarem a renovação do contrato.
“Com a com a minha experiência, não (não vão renovar). Eles não cumpriram o contrato, prestam um péssimo serviço à população, população está muito mal atendida e eles já pediram para sair”.
Apesar de afirmar que o estado tem condições de assumir o serviço, Reis também citou as possibilidades de fazer um contrato emergencial ou realizar uma nova concessão.
“Se eles não se mexerem, o estado tem várias modalidades para serem aplicadas. Por exemplo, a pior delas é a encampação, adquirir a empresa e colocar pra dentro do estado. O estado pode colocar um serviço emergencial ou tocar pelo próprio estado (…) A estrutura da Rio Trilhos tem quadros bons que, na hora do apagão, a gente dá conta do recado e faz essa transição mesmo que seja de uma forma abrupta”, comentou o secretário.
Impasse nas negociações
Vinte dias depois de anunciar que não queria mais operar os trens do RJ, o grupo que controla a Supervia e o Governo do Rio de Janeiro voltaram a negociar a continuidade do contrato até novembro desse ano.
Segundo a empresa, a desistência anunciada seria pela falta de condições de fazer grandes investimentos como tinha sido pedido pelo governo, além da suposta perda de receita com a pandemia; prejuízos com o furto de metais e cabos; e o congelamento da tarifa contratual.
O que está em jogo agora são justamente as quantias investidas pelas duas partes. A empresa entende que o investimento feito no passado já seria suficiente para garantir a prorrogação do contrato. Contudo, o governo afirma que não.
O aumento do prazo seria mais uma tentativa para que as duas partes consigam chegar a um acordo sobre os valores. Entre os pontos divergentes, está a construção de um prédio feito pela Gumi. A empresa argumenta que o imóvel faz parte dos investimentos.
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