O ex-governador Júlio Campos (DEM) afirmou que a construção da Ferrogrão – projeto de nova ferrovia ligando Sinop (MT) ao Porto de Miritituba (PA) – beneficia apenas grandes empresários do setor da soja, como os primos Blairo e Eraí Maggi.
Assim como o irmão, o senador Jayme Campos (DEM), ele também defende que o Governo Federal priorize o prolongamento da Ferronorte, saindo de Rondonópolis até Sorriso e passando por Cuiabá.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Nesta terça-feira (15), Jayme pediu adiamento da votação do novo marco para o Transporte Ferroviário no Brasil no Senado Federal por entender que o projeto prioriza a Ferrogrão.
Nós temos três grandes projetos ferroviários em Mato Grosso. Um é a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico). A outra é Ferronorte, que está parada em Rondonópolis e deverá ir até Sorriso, passando por Cuiabá, disse Júlio.
O terceiro projeto em andamento é a Ferrogrão, que é liderado por um grupo de empresários mato-grossenses da soja, como Eraí Maggi e Blairo Maggi. Essa ferrovia vai sair lá de Sinop e vai até Miritituba (PA), onde já tem um porto que é explorado por eles. Então, eles querem priorizar, afirmou Júlio.
O ex-governador explicou que a Ferronorte já tem recurso previsto e a concessionária Rumo Logística apenas aguarda autorização do Governo Federal para iniciar a obra, enquanto a Ferrogrão sequer tem projeto aprovado.
Há certa precipitação do ministro Tarcísio [Gomes de Freitas] da Infraestrutura em querer viabilizar primeiro lá em cima, deixando a nossa Baixada Cuiabana sem a ferrovia a curto prazo. E isso o senador Jayme Campos não admitiu, com apoio do senador Wellington Fagundes.
Cobrança a Fávaro
Júlio ainda cobrou um posicionamento do senador Carlos Fávaro (PSD), assim como do governador Mauro Mendes (DEM), sobre o assunto.
Nós vamos exigir um posicionamento do novo senador de Mato Grosso, Carlos Fávaro, com relação a essa situação. Ele tem que sair do muro e decidir. Ele vai ficar conosco defendendo a Ferronorte, de Rondonópolis até Cuiabá e em seguida até Sorriso, ou vai ficar com a ferrovia lá de cima sem interligar nossa região ao sistema ferroviário nacional?.
Nós precisamos mobilizar, em especial o governador Mauro Mendes, que é um homem que foi prefeito de Cuiabá, que fez a sua vida pública e empresarial em Cuiabá. Ele tem que se posicionar lá, apoiando a Ferronorte, a chegada da ferrovia em Cuiabá ao invés da Ferrogrão lá em cima, no Nortão, concluiu.
Seja o primeiro a comentar