Folha Vitória (ES) – Obras de infraestrutura — em ferrovia, rodovias e portos — e também no setor imobiliário estão entre os principais investimentos previstos para o Espírito Santo até 2027. Ao todo, serão investidos R$ 25,2 bilhões nesses e em outros projetos que ainda serão iniciados, segundo dados divulgados nesta terça-feira (24) pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).
O maior montante será destinado para a construção da primeira fase da Ferrovia EF 118, que compreende o trecho entre Cariacica e Anchieta, para onde está estimado um investimento de aproximadamente R$ 6 bilhões.
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Já o trecho da rodovia BR-101 que corta o Espírito Santo deverá receber, para os próximos anos, um total de R$ 3,2 bilhões para a execução das obras de duplicação.
“Estamos aguardando a assinatura do novo contrato de concessão da BR-101. Nossa expectativa é de que esse contrato seja assinado até dezembro. E aí, a partir do ano que vem, teremos novos investimentos da Eco101 na BR-101”, destacou o secretário estadual de Economia e Planejamento, Álvaro Duboc.
Dois projetos do setor portuário também estão entre os principais investimentos previstos para o Espírito Santo até 2027. São eles a construção da primeira fase do Porto Central, em Presidente Kennedy (R$ 2,3 bilhões), e a ampliação do Portocel, em Aracruz (R$ 2 bilhões).
Em Presidente Kennedy, será construído um porto-indústria para atender setores como petróleo e gás, minério, granito, agricultura, indústria automobilística, entre outros. Já em Aracruz, está prevista a construção de armazéns, pátios, retroáreas, novos berços, realização de dragagem e extensão do ramal ferroviário no porto.
Já no setor imobiliário, o destaque fica para a construção do edifício Vernissage, localizado na Enseada do Suá, em Vitória. O empreendimento residencial, da construtora Galwan, contará com 240 unidades, distribuídas em duas torres, e custará R$ 700 milhões.
Confira os principais investimentos previstos para o Espírito Santo até 2027
1- Construção da Ferrovia EF 118 – Trecho Cariacica – Anchieta (R$ 6 bilhões)
2- Duplicação da Rodovia BR 101, num total de 443,2 km atravessando o estado do Espírito Santo (R$ 3,2 bilhões)
3- Construção da primeira fase do Porto Central em Presidente Kennedy (R$ 2,3 bilhões)
4- Ampliação do Portocel em Aracruz (R$ 2 bilhões)
5- Construção do edifício Vernissage na Enseada do Suá, Vitória, pela Galwan (R$ 700 milhões)
6- Implantação de terminais de granéis líquidos combustíveis no Cais do Atalaia pela Navegantes Logística Portuária (R$ 550 milhões)
7- Construção do Complexo de Saúde Norte pelo Governo do Estado (R$ 370 milhões)
8- Reabilitação da Rodovia Darly Santos, trecho rodovia Carlos Lindenberg a rodovia ES-060 (R$ 313 milhões)
9- Construção do Condomínio Logístico Areia Branca, em Cariacica (R$ 300 milhões)
10- Implantação da Rodovia ES 466, trecho: BR 101 (Vila Velha a BR 262 a Viana) (R$ 280 milhões)
Investimentos em execução
Além dos investimentos que ainda serão feitos, outros já estão sendo executados pelo poder público e também pelo setor privado. De acordo com o levantamento do IJSN, esses investimentos em execução somam R$ 40,6 bilhões.
Dessa forma, o montante total da carteira de investimentos públicos e privados do Espírito Santo para o período de 2022 até 2027 chega a R$ 65,8 bilhões. O valor é 31,5% maior do que a carteira anterior, de 2021 a 2026, que foi de R$ 50 bilhões.
Com relação aos investimentos que hoje estão sendo executados no Estado, o destaque fica para a implantação do Projeto Integrado do Parque das Baleias (IPB), abrangendo as áreas de Jubarte, Baleia Azul, Baleia Franca e partes de Cachalote e Pirambu.
Ao todo, a Petrobras está investindo R$ 5,6 bilhões nesse projeto, que engloba os municípios de Anchieta, Piúma, Itapemirim, Marataízes e Presidente Kennedy.
Outros R$ 4,67 bilhões estão sendo investidos no Termo de Compensação Ambiental (TCA) da mineradora Vale S.A. O objetivo é reduzir a emissão de poluentes, provenientes de sua atividade produtiva, para melhorar a qualidade do ar na Grande Vitória.
Ainda no setor de indústrias extrativas, a Petro Rio S.A. tem investido R$ 4,2 bilhões no projeto de exploração de petróleo Wahoo, em Presidente Kennedy, que contempla a perfuração de poços e a conexão entre os poços e o FPSO de Frade.
“São projetos que geram oportunidades de emprego, de renda e que dinamizam o território do Espírito Santo, contribuindo para o desenvolvimento do nosso Estado”, destacou o diretor-presidente do IJSN, Pablo Lira.
Principais investimentos em execução no Espírito Santo entre 2022 e 2027
1- Implantação no Projeto Integrado do Parque das Baleias (IPB) pela Petrobras (R$ 5,6 bilhões)
2- TCA – Termo de Compensação Ambiental da Vale S.A. (R$ 4,67 bilhões)
3- Projeto de exploração de petróleo Wahoo pela PetroRio (R$ 4,2 bilhões)
4- Imetame Porto Aracruz (1,7 bilhões)
5- Ampliação da Simec em Cariacica (R$ 1,5 bilhão)
6- Expansão da Samarco em Anchieta (R$ 1,3 bilhão)
7- Projeto de melhoria da produção e controle ambiental na planta de Tubarão pela ArcelorMittal (R$ 1,9 bilhão)
8- TCA – Termo de Compensação Ambiental da ArcelorMittal (R$ 1,1 bilhão)
9- Ampliação da fábrica da Garoto em Vila Velha (R$ 1 bilhão)
10- Desenvolvimento e produção de petróleo e gás dos campos em terra no Polo Cricaré pela Seacrest (R$ 1 bilhão)
Carteira de Investimentos para o Espírito Santo
Todos esses dados divulgados nesta terça-feira fazem parte da Carteira de Investimentos Anunciados e Concluídos 2022-2027, do IJSN. O montante de investimentos previsto para esse período, de R$ 65,8 bilhões, está distribuído em 981 projetos, abrangendo todos os 78 municípios do Espírito Santo.
O aumento em relação ao número de projetos da carteira anterior chegou a 36,8%. O estudo leva em conta empreendimentos com valor individual acima de R$ 1 milhão.
Dentre os setores da economia, a indústria se destaca com 91,8% do volume de investimentos anunciados — cerca de R$ 60 bilhões.
Os segmentos que mais devem receber investimentos são indústria da construção, com R$ 32,6 bilhões, seguido pela indústria extrativa (R$ 18 bilhões), indústria de transformação (R$ 9 bilhões) e da eletricidade e gás (R$ 700 milhões).
O grande setor comércio, serviços e administração pública representou 8,2% do total projetado.
Em relação à distribuição regional, o levantamento mostra que os municípios com o maior número de projetos são aqueles localizados nas regiões litorâneas do Estado.
É o caso das microrregiões Metropolitana (338 projetos), Nordeste (112 projetos), Rio Doce (110 projetos) e Litoral Sul (65 projetos).
Juntas, essas microrregiões somam 625 projetos e representam 91,8% do total dos investimentos anunciados para o Estado (R$ 60,4 bilhões).
Origem do capital
O levantamento realizado pelo Instituto Jones dos Santos Neves indica ainda a origem do capital empregado nos investimentos anunciados para o Estado.
O estudo classifica os valores em quatro categorias: Privado Nacional, Público, Capital Misto e Estrangeiro.
Os projetos de capital privado nacional correspondem à maior parcela dos investimentos, com 65,9% do valor previsto no período (R$ 43,3 bilhões).
Destaques para empreendimentos nos setores como transporte rodoviário e ferroviário, construção civil para fins residenciais e comerciais, terminais portuários, centros logísticos, geração e transmissão de energia elétrica, siderurgia e metalurgia e saneamento básico. Ao todo, são 187 projetos privados previstos no Estado.
Os investimentos públicos representam 23,5% do total previsto para o período 2022-2027, somando aproximadamente R$ 15,4 bilhões em 775 obras dos governos municipal, estadual e federal.
Entre os destaques estão projetos ligados à mobilidade rodoviária, melhorias na mobilidade urbana, estradas rurais, melhorias no sistema de abastecimento e saneamento urbano, além de obras de macrodrenagem, construção de unidades habitacionais, saúde, infraestrutura logística, educação, segurança pública, cultura e lazer.
Os investimentos de capital misto representam 8,6% do total, somando cerca de R$ 5,6 bilhões. São projetos nas áreas de exploração e produção e distribuição de petróleo e gás natural.
Já os investimentos com capital estrangeiro, que representam 2,1%, somam cerca de R$ 1,4 bilhão. Nessa categoria, estão previstos, entre outros, projetos voltados à exploração e produção de petróleo e gás natural, tanto em terra quanto no mar.
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