Valor Econômico – O presidente da Vale, Eduardo Bartolmeo, ressaltou que a companhia “encurtou” a diferença entre a produção e vendas de minério de ferro no terceiro trimestre e espera uma nova redução nesse “gap” nos últimos três meses do ano.
Entre julho e setembro deste ano, a Vale produziu 95,413 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas, com vendas de 78,327 milhões de toneladas, ou seja, uma diferença de 17,086 milhões de toneladas entre a produção e as vendas.
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Esse volume de pouco mais de 17 milhões de toneladas foi 28,9% menor que a diferença de 24,055 milhões de toneladas observada no terceiro trimestre de 2022. Na ocasião foram produzidas 97,957 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas, com vendas de 73,902 milhões de toneladas.
“Entregamos sólida performance de produção nesse trimestre e ao longo de 2023. Estamos começando o quarto trimestre em nível robusto”, disse Bartolomeo.
Ele acrescentou que a companhia vem avançando no processo de descaracterização de barragens a montante, reduzindo o risco e seguindo as “melhores práticas” internacionais.
Também na teleconferência, o vice-presidente-executivo de finanças e relações com investidores, Gustavo Pimenta, afirmou que a empresa continua acreditando nas tendências de mercado que sustentam a demanda por produtos de alta qualidade. Além disso, destacou que a mineradora também continua a ver a recompra de ações como uma das melhores maneiras de criar valor para os acionistas.
“Acreditamos que a recompra de ações é uma boa forma de alocação de capital e por isso decidimos estender o programa”, frisou Pimenta.
Bartolomeo acrescentou que, desde 2021, a Vale já recomprou cerca de 16% de sua base acionária.
Investimentos
Pimenta afirmou que a empresa “está indo bem” com investimentos (capex) anual abaixo de US$ 6 bilhões e que dará mais detalhes no começo de dezembro, no Vale Day — que neste ano acontecerá em Londres.
O executivo destacou ainda que parte dos investimentos previstos nos “mega hubs” será feito com ajuda de sócios nos empreendimentos. Os mega hubs serão grandes complexos industriais com soluções logísticas — porto, rodovias e ferrovias —, que também contarão com insumos, como minério de ferro e energia, para entregar um produto final de maior valor agregado, como o briquete, por exemplo.
A empresa já tem acordos assinados com autoridades locais e clientes para estudarem em conjunto o desenvolvimento desses complexos industriais na Arábia Saudita, nos Emirados Árabes e em Omã, com o objetivo de produzir produtos de baixo carbono para a indústria siderúrgica. A companhia também estuda a instalação de uma mega hub no Brasil.
Questionado sobre a situação das negociações para compensações do acidente com a Samarco, ocorrido em Mariana (MG) em 2015, Pimenta frisou que a expectativa é fechar um acordo definitivo no fim deste ano ou início do ano que vem.
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