Época Negócios – Durante mais de um século, os humanos confiaram nos aviões para reduzir drasticamente o tempo das viagens domésticas. Mas imagine embarcar em um trem que leva você ao seu destino ainda mais rápido do que qualquer avião comercial.
Essa é potencialmente a realidade que aguarda a China nas próximas décadas, à medida que o país atinge um marco importante na tentativa de introduzir viagens ferroviárias de alta velocidade.
Seu trem ‘T-Flight’ atingiu uma velocidade recorde de 622 km/hora em uma pista de teste curta – ainda mais rápido que o MLX01 Maglev do Japão (430 km/h). O Eurostar atinge 300 km/h e a maioria dos trens do Reino Unido opera a cerca de 200 km/h.
No entanto, os engenheiros chineses esperam que, uma vez comercializado, ele atinja impressionantes 2.000 km/h – muito mais rápido que a velocidade do som e mais que o dobro da velocidade de um avião Boeing 737. Seria ainda mais rápido do que a mais recente aeronave experimental de alta velocidade da NASA, o X-59, que a agência afirma ser capaz de voar a 1.500 km/h.
A esta velocidade, o trem T-Flight poderia ir de Wuhan a Pequim em apenas 30 minutos, em vez de mais de quatro horas, como os atuais trens de alta velocidade. Hoje, existe um outro trecho com sistema maglev na China, de 30 quilômetros, inaugurado em 2002 em Xangai, conecta o Aeroporto Pudong de Xangai e o centro da cidade e custou mais de £ 1 bilhão para ser construído. Na linha, os trens percorrem até 431 quilômetros por hora.
O T-Flight usa tecnologia de levitação magnética (maglev, ou magnetic levitation, “levitação magnética”), onde ímãs são usados para levantar os vagões acima da pista, permitindo-lhes deslizar perfeitamente. Isso elimina a necessidade de rodas e, portanto, qualquer incidência de atrito, proporcionando um serviço mais rápido e silencioso.
O T-Flight seria um trem hyperloop, o que significa que transportaria pessoas em alta velocidade em tubos entre locais distantes. O conceito – proposto pela primeira vez em 1910 pelo engenheiro norte-americano Robert Goddard – recebeu interesse renovado em 2013, devido ao interesse do bilionário Elon Musk em construir algo semelhante nos Estados Unidos.
Numa segunda rodada de testes, os chineses pretendem estender a pista em mais de 30 vezes para que possa atingir velocidades mais rápidas, relata a WordsSideKick.com. Em última análise, o seu objetivo é construir um sistema de metrô entre Wuhan e Pequim – uma distância de mais de 1055 quilómetros –, o que poderia reduzir o tempo de viagem de quatro horas para meia hora.
No entanto, isto pode demorar muitas décadas para acontecer, devido aos custos altíssimos e questões de infraestrutura.
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