Lucro da Usiminas encolhe 33% no último trimestre de 2019

A Usiminas apresentou lucro líquido de R$ 268 milhões no quarto trimestre de 2019, o que representou queda de 33% no comparativo com o mesmo período do ano anterior. Já em todo 2019, a siderúrgica lucrou R$ 377 milhões, recuo de 55% em relação a 2018.

A receita líquida no trimestre final de 2019 subiu 13%, para R$ 3,87 bilhões. No ano, siderúrgica faturou R$ 14,94 bilhões, o que representou elevação de 9% em relação ao exercício antecedente. Segundo a companhia, a alta na receita foi em razão dos maiores volumes e preços de venda praticados na mineração e os reajustes aplicados na venda de aço.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 447 milhões entre outubro e dezembro de 2019, aumento de 22% perante um ano antes. Em 2019, o Ebitda ficou em R$ 1,94 bilhão, um recuo de 10% em relação ao ano anterior.

A margem Ebitda no último trimestre de 2019 cresceu 1 ponto percentual, para 12%. Já para o ano, o indicador caiu 3 pontos percentuais, passando para 13%.

No quarto trimestre de 2019, o volume de vendas de aço chegou a 1 milhão de tonelada, queda de 2% em relação ao mesmo período de 2018. Em 2019, a siderúrgica vendeu 4,1 milhões de toneladas, recuo de 2% em relação a 2018.

Já as vendas de minério de ferro subiram 65% no último trimestre de 2019, para 2,5 milhões de toneladas, e 33% no ano completo, atingindo um volume recorde de 8,6 milhões de toneladas.

Em 2020, a Usiminas espera investir R$ 1 bilhão. No ano anterior, a siderúrgica investiu R$ 690 milhões, um aporte 49% maior que em 2018.

A companhia estima ainda que as despesas financeiras líquidas cheguem a R$ 272 milhões em 2020.

Em em teleconferência com analistas, o presidente da Usiminas, Sergio Leite, disse que a companhia está em uma situação mais confortável em relação à dívida. Isso porque, no quarto trimestre de 2019, a siderúrgica conseguiu quitar toda a dívida renegociada em setembro de 2016.

“Fizemos uma ação forte na gestão da dívida e com isso estamos mais confortáveis com menos custos e um prazo maior. Vamos ficar pelo menos quatro anos sem compromisso com amortização”, observou.

A Usiminas fechou 2019 com uma dívida bruta de R$ 5,1 bilhões, 12,7% menor que a de um ano antes, quando somava R$ 5,8 bilhões. Já a dívida líquida ficou em R$ 3,2 bilhões, redução de 20% no comparativo com 2018. “Abre espaço para um investimento mais forte neste ano. Nos anos mais difíceis para a companhia, 2016 e 2017, investimos R$ 220 milhões. Em 2018, mais que duplicamos esse valor, chegando a R$ 460 milhões e, em 2019, crescemos cerca de 50%. Para 2020, o nosso planejamento é um aporte de R$ 1 bilhão”, disse Leite.

O vice-presidente de finanças e relações com investidores, Alberto Ono, reconheceu, no entanto, que, em 2019, a siderúrgica aportou abaixo do estimado no início do ano. Segundo ele, os ajustes nas previsões tiveram que ser feitos em função da demora na concessão de licenças, principalmente na mineração. “Essas medidas tem prejudicado a evolução dos nossos investimentos.”

2020

Ono disse que o planejamento da siderúrgica para o primeiro trimestre de 2020 já prevê uma redução nos custos de produção em relação aos três meses anteriores. “Para o ano, ainda é muito cedo para estimar como ficarão os custos”, observou Ono, destacando a volatilidade do câmbio e dos preços do minério de ferro.

Para 2020, a expectativa da companhia é de retomada da demanda no mercado doméstico, indicam Ono e o presidente da Usiminas, Sergio Leite. O dirigente sustenta que há sinalizações positivas para a economia, como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), aumento da atividade na construção civil e geração de emprego. “A nossa estimativa é que o consumo aparente de aço cresça cerca de 5%”, disse Leite.

Com o desempenho da economia positivo e um câmbio mais alto, Miguel Homes, vice-presidente comercial da Usiminas, disse que há espaço para reajuste de preços da tonelada do aço no primeiro semestre. “Vemos um incremento de 8% a 12%”, disse Homes.

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