Valor Econômico – A Vale levantou US$ 1 bilhão com uma oferta de dívida em dólar precificada nesta terça, ampliando a lista de companhias que têm aproveitado o momento positivo para captações lá fora. Os títulos da mineradora têm prazo de 30 anos. Os bonds terão um cupom de 6,4%, pago semestralmente, e rendimento (yield) de 6,458%. O spread sobre os títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) foi de 210 pontos-base, o menor nas últimas emissões da mineradora com o mesmo prazo.
Segundo fontes que atuaram na oferta, a demanda superou US$ 7 bilhões, com ordens partindo de mais de 300 investidores. A leitura de bancos de investimento é que, além de confirmar o apetite por papéis brasileiros, os dados da oferta devem encorajar outras companhias a buscar emissões com prazos mais alongados.
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“A diferença da taxa dos títulos da Vale com vencimento em dez anos, emitidos ano passado, e os de agora, de 30 anos, foi pequena, o que demonstra o interesse dos investidores por papéis mais longos”, diz uma fonte próxima à oferta. Em junho de 2023, a Vale captou US$ 1,5 bilhão com bonds com prazo de dez anos e taxa de 6,245%.
Em março, a Raízen Energia fez uma oferta em duas séries, sendo uma delas com vencimento em 30 anos, após dois anos sem emissões de títulos por brasileiras com esse prazo. Para essa fatia da emissão, a demanda chegou a 7,7 vezes o valor ofertado.
Com o dinheiro da operação, a Vale vai financiar a recompra de outros papéis que vencem em 2034, 2036 e 2039. O objetivo, segundo a companhia, é gastar até US$ 500 milhões com a recompra. O restante do dinheiro será usado para finalidades corporativas gerais.
A liquidação está prevista para o dia 28 de junho. A recompra dos títulos será encerrada até o dia 26 de julho. Atuaram na operação como coordenadores BMO Capital Markets, Citi, Crédit Agricole, HSBC e MUFG. Bank of America (BofA) e Goldman Sachs foram os “joint bookrunners” ativos.
Com a Vale, o volume movimentado em emissões de títulos de dívida brasileiros no exterior em 2024 chega a US$ 14,95 bilhões, com 16 operações no total. Em 2023, foram US$ 15,5 bilhões. A expectativa de bancos é que o número ultrapasse US$ 20 bilhões até o fim do ano.
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