G1 – A Prefeitura de Poços de Caldas (MG) prorrogou pela terceira vez o prazo para entrega do laudo que atestará as condições da estrutura do monotrilho. A informação foi divulgada pela secretaria de Comunicação na segunda-feira (22).
De acordo com a administração pública, o prazo foi estendido novamente devido à necessidade de um novo levantamento, que está em andamento pela empresa responsável. A expectativa da gestão municipal é que o laudo seja apresentado na segunda semana do mês de agosto.
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O laudo vai trazer um estudo técnico sobre a estrutura do monotrilho, destacando se ela pode ser reaproveitada ou demolida. Toda estrutura possui 4,3 quilômetros e levaria o monotrilho do terminal de linhas urbanas no Centro da cidade até a rodoviária.
O primeiro prazo venceria em 5 de abril, mas foi prorrogado para o dia 20 de maio. Já no dia 27 de maio, a segunda prorrogação foi publicada, com nova previsão estimada para o dia 19 de julho. Com a vigência do contrato até 18 de agosto, a terceira prorrogação foi estabelecida.
Atualmente o monotrilho de Poços de Caldas não está sob concessão de nenhuma empresa. A prefeitura é responsável pela manutenção e limpeza da estrutura. Recentemente, o município contratou uma empresa especializada para elaborar o documento, identificar os problemas estruturais e possibilitar a contratação de uma empresa para reformar o monotrilho e reativá-lo.
Este projeto tem sido discutido ao longo dos anos por diferentes administrações municipais. Diversos laudos já foram produzidos por várias empresas desde a contratação inicial. Cada um abordou aspectos isolados da estrutura, mas a elaboração de um laudo abrangente exigiu mais tempo, levando à recente prorrogação, segundo a prefeitura.
Os laudos anteriores, incluindo um relatório do Ministério Público de 2022, apontaram danos significativos devido à falta de manutenção desde a construção do monotrilho, com riscos de colapso estrutural se não forem realizadas obras de restauração.
O monotrilho
Estacionado há mais de duas décadas após a estreia, o monotrilho foi inaugurado como uma promessa de transformação da mobilidade urbana em Poços de Caldas.
Da concepção, em 1981, até os dias atuais, a iniciativa já enfrentou uma série de desafios que tem dificultado a reativação e ainda colocam em questão a viabilidade do “trem futurístico”.
Comparado com o trem da Disney, imaginado como uma pista de caminhada elevada e até sonhado como um meio de transporte turístico, o monotrilho parecia uma solução inovadora.
Os testes com passageiros começaram nos anos 2000. Após a inauguração oficial, o trem descarrilou em uma curva e 19 pessoas precisaram ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros.
O monotrilho funcionou poucas vezes até que foi suspenso definitivamente em 2003, quando duas pilastras, que ficam ao longo da Avenida João Pinheiro, caíram e derrubaram cerca de 50 metros da estrutura.
Um dos últimos capítulos da “novela”, antes do novo laudo, foi em 2019, quando a empresa responsável pelo projeto, J. Ferreira Ltda, abdicou do contrato de concessão do monotrilho, entregando a obra nas mãos da Prefeitura de Poços de Caldas.
Desde então, a administração municipal solicitou avaliações técnicas para entender a viabilidade e as condições da estrutura, e também tem procurado por empresas com especialidade para tocar o projeto.
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