Diário do Comércio (MG) – A opção pela construção de uma linha singela, por onde trens circulam nos dois sentidos na mesma ferrovia, entre as estações Ferrugem e Barreiro na linha 2 do metrô de Belo Horizonte, não aumentará o tempo da viagem, afirma o CEO da Metrô BH, Ronaldo Vancellote. Segundo ele, o tempo de intervalo entre as composições – chamado headway – estimado com a mudança estrutural será de sete minutos, abaixo dos 15 minutos estabelecidos no contrato de concessão.
A declaração foi no 1º Seminário de Investimentos e Oportunidades da Infraestrutura em Minas Gerais, realizado nesta semana pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte.
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O CEO da concessionária metroviária rebateu as críticas de que a implantação da via singela prejudicaria o rendimento da linha 2 do metrô de Belo Horizonte, com prejuízo aos usuários pelo o aumento do tempo de espera entre um trem e outro. Ele aponta que foi definido um headway de 15 minutos no contrato assinado com o governo estadual, que atende a expectativa de demanda durante todo o período da concessão.
A partir do projeto do sistema de sinalização da via singela da linha 2 do metrô, foi feito um estudo pela francesa Alstom, do ramo de infraestrutura em energia e transporte ferroviário, para calcular o novo headway – que depende do tempo desse sistema.
“Quando nós fizemos o projeto de sinalização, a empresa responsável calculou matematicamente o tempo e é menos de sete minutos. Está muito abaixo dos 15 minutos que a gente tem de demanda”, disse Vancellote.
Ele explica que, desde a estruturação do projeto de concessão do metrô, foi identificada a necessidade de uma solução para o trecho que considerasse a operação do pátio da MRS Logística na região.
O antigo projeto do metrô belo-horizontino, aponta o CEO, foi concebido nos anos 1980, em uma realidade em que não existia o pátio. A construção da via singela foi a saída encontrada em estudos em conjunto com a companhia de logística.
“Para poder compatibilizar a operação do pátio da MRS com a linha do metrô, a solução – é a única solução que existia – era a gente trafegar numa via singela, porque não tinha espaço para acomodar o pátio da MRS e a nossa linha, com a nossa estação, que é dentro do pátio”, disse.
A questão foi avalizada pelo governo de Minas Gerais e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e inserida nos contratos de concessão do metrô de Belo Horizonte e da concessão da MRS.
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