MUVI em São Gonçalo, Linha 3 do metrô, VLT da Baixada: em que pé estão promessas antigas de obras

Extra (RJ) – De uns tempos para cá, andar por São Gonçalo é sinônimo de encontrar obras pelo caminho. Máquinas, caminhões e homens estão espalhados pela cidade, para a implantação do projeto Mobilidade Urbana Verde Integrada (MUVI). Nesta semana, euzinha fui até lá e até quebrei meus óculos ao tropeçar numa pedra, mas nem por isso estou menos atenta.

O corredor viário ligará Guaxindiba a Neves, cortando 13 bairros, num trecho de 18 quilômetros, aproveitando o espaço que antes era ocupado pelo antigo trilho do trem. Também serão implantados 18 quilômetros de ciclovia, dos quais 8,2 já foram concluídos. De acordo com a Secretaria estadual de Cidades, que executa as intervenções, metade da obra já foi finalizada. A previsão de conclusão é no primeiro trimestre de 2026.

No bairro Parada 40, a poeira anuncia que as obras estão em andamento na Rua Doutor Francisco Portela. Enquanto homens colocavam concreto ao lado do meio-fio, o empresário Édson Rodrigues — mais conhecido como Pará, o capoteiro — observava as intervenções. Apesar de reconhecer que a obra “está andando”, ele reclama que isso interferiu no movimento de sua capotaria.

— Não tem como entrar com o carro do cliente (na oficina), para a gente desmontar o banco — reclama Pará, que viu o número de clientes cair de sete por dia, para nenhum, após sua porta ter virado um canteiro de obras. A promessa do estado é que a obra no endereço seja concluída em março.

Já entre Alcântara e Trindade, próximo ao Batalhão de São Gonçalo, placas de obra compõem a paisagem junto a placas de obras na Avenida Presidente Kennedy, que conta com trecho da ciclovia concluído e alguns trechos já asfaltados. Quem passa pelo local diariamente, relata que as intervenções onde passava o antigo trilho do trem diminuiu, por exemplo, a quantidade de lixo no local.

— Querendo ou não, o pessoal está gostando. Era uma bagunça, jogavam fogão, geladeira, bicho morto — observa o corretor de planos de saúde Manoel Alves Filho, que caminha cerca de 20 minutos entre sua casa, em Mutuapiura, e Alcântara.

Segundo a Secretaria de Cidades, o trecho entre Neves e o Centro já está na fase de ajustes finais no serviço de urbanismo e pavimentação. Já entre o Centro e Trindade, as intervenções estão implementando rede de drenagem, meio-fios e calçadas novas. Estacas estão sendo instaladas ainda no trecho que abre caminho entre Alcântara e o Jardim Catarina, para a construção de uma ponte sobre o Rio Alcântara. Já a Secretaria municipal de Transportes de São Gonçalo está elaborando um estudo para ajustes nas linhas de ônibus, para otimizar e aproveitar melhor o MUVI.

—Com o corredor viário expresso, será gerada maior mobilidade, o trânsito fluirá melhor e garantiremos qualidade de vida, conforto e segurança aos moradores do estado — disse o governador Cláudio Castro.

Linha 3: mais estudo pela frente

Como canta Seu Jorge, morando em São Gonçalo, você sabe como é: a Ponte Rio-Niterói engarrafou, e o morador ficou a pé. Ouvindo essa playlist, euzinha fui atrás de um projeto da década de 1960 — da criação da Linha 3 do metrô, ligando a Praça Quinze (Rio), a Praça Arariboia (Niterói) e Alcântara (São Gonçalo) — que sempre é prometido, mas nunca sai do papel.

No ano retrasado, um edital de concorrência foi lançado, para a realização de mais um estudo de viabilidade técnica, jurídica, econômica e ambiental. O percurso da Linha 3 passaria por baixo da Baía de Guanabara. Agora, euzinha perguntei, e a Riotrilhos informa que “ainda este ano” um novo processo licitatório para estudos do projeto será lançado.

—Essa obra ajudaria muito, porque tem muita gente que pega diariamente ônibus para trabalhar no Rio — observa a dona de casa Ana Paula Alves, de 52 anos, moradora do bairro Santa Izabel, em São Gonçalo.

VLT na Baixada?

Em 2021, um projeto entrou em estudo para a implantação de um VLT entre a Baixada Fluminense — São João de Meriti, Nilópolis, Mesquita e Belford Roxo — até a Pavuna, na Zona Norte do Rio. A Secretaria estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) informa que esse projeto “não é viável tecnicamente”.

Expansão do metrô?

A Setram observa que “finaliza os trâmites para o início das obras da estação Gávea”, na Zona Sul do Rio. Entre prioridades, a pasta menciona ainda uma extensão do metrô entre o Estácio e a Praça Quinze, além de “viabilizar novas linhas rumo à Zona Norte e à Baixada”.

100% dos ônibus climatizados?

Cariocas lembram bem da promessa de que, até 2016, 100% da frota de ônibus municipais seria climatizada. Desde fevereiro de 2014, um decreto prevê que todo coletivo que ingressar na frota deve ter ar-condicionado, o que contribuiu para que, atualmente, 93% dos quase 4 mil coletivos da cidade tenham o aparelho de refrigeração instalado, segundo a Secretaria municipal de Transportes.

Levando em conta que a idade máxima dos quentões é de 12 anos, a perspectiva é de, em 2026, esses veículos desapareçam das ruas do Rio. A prefeitura corta o subsídio de linhas que estejam com problema na climatização e conta com 500 sensores instalados para monitorar a temperatura nos ônibus.

Fonte: https://extra.globo.com/rio/jurema/coluna/2025/01/muvi-em-sao-goncalo-linha-3-do-metro-vlt-da-baixada-em-que-pe-estao-promessas-antigas-de-obras.ghtml

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