Diário do Nordeste (CE) – A obra da ferrovia Transnordestina deve ter mais um lote contratado até o fim de março. Desta vez, será o trecho 8, compreendido entre as cidades de Itapiúna e Baturité, na região do Maciço de Baturité. Atualmente, a construção está na fase de mobilização dos trabalhadores do lote 11, que vai do Porto de Pecém até Caucaia.
Segundo o diretor-presidente da Transnordestina Logística S.A, Tufi Daher, essa mobilização do lote já contratado deve começar em 30 dias.
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“Para uma ferrovia de 1,2 mil quilômetros consideramos que está faltando pouquíssimo. Faltam três lotes só, para serem contratados, sendo os lotes oito, nove e dez e temos a expectativa de contratar todos ainda no primeiro semestre de 2025. Então, a nossa obra está indo ‘de vento em popa’ e, dessa vez, com certeza, a gente vai terminar esse projeto”.
COMO ESTÃO OS REPASSES DA OBRA
Sobre o cronograma de desembolsos dos recursos, Daher comenta que era previsto R$ 1 bilhão no ano passado, dividido por questões internas do Governo Federal. Assim, já foram recebidos R$ 400 milhões e, os outros R$ 600 milhões, devem ser repassados em 90 dias.
“Um lote de 50 km, em qualquer lugar do país, fica em torno de R$ 1 bilhão (considerando que o quilômetro construído custa de R$ 17 a R$ 20 milhões). Então, é lógico que a Transnordestina precisa ter um capital intensivo para poder contratar. Ela não pode dar cheque sem fundo”, diz Daher.
A empresa também tem a expectativa de receber um recurso do Finor (fundo de natureza privada alimentado pela aplicação de empresas em opção de imposto de renda incidente sobre o lucro real), no primeiro semestre, em torno de R$ 600 milhões a R$ 800 milhões.
Já, para o fim deste ano, após comprovar o uso do primeiro R$ 1 bilhão do empréstimo que tem o total de R$ 3,6 bilhões, é esperado o repasse de mais R$ 1 bilhão.
“A segunda parcela ocorrerá, provavelmente, entre outubro e novembro desse ano, para dar continuidade a obra”, afirma o presidente da Transnordestina, lembrando que ainda são previstos R$ 1 bilhão em 2026 e R$ 600 milhões em 2027, para fechar a conta do valor total do empréstimo.
FNE NÃO É ÚNICA FONTE
Daher ressalta também que o FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste), embora seja a maior fonte, não é a única.
“Hoje a empresa está com recurso, está com quase três mil trabalhadores e, em cada lote mobilizado, são em torno de 600 a 800 pessoas, dependendo do movimento de terra que vai ter. Aqui no Pecém a gente deve mobilizar umas 600 pessoas, e espero que no mês de março a gente assista à mobilização”.
As informações foram repassadas por Daher na cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Parque de Tancagem da Dislub no Porto do Pecém, na manhã desta quarta-feira (19).
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