Usuários do metrô em BH sofrem com atrasos em viagens e intervalos longos

Estado de Minas – As obras de revitalização da Linha 1 do Metrô BH, iniciadas em novembro de 2023, têm causado transtornos no dia a dia da população. Desde o dia 31 de maio, as viagens estão com intervalo de 25 minutos ao longo do dia e 11 minutos no horário de pico

Entretanto, na prática, usuários têm relatado atrasos mesmo fora do horário de pico. A vendedora Julia Otoni Silva, de 23 anos, utiliza o transporte diariamente e conta que já teve que esperar mais de meia hora para embarcar. Nessa segunda-feira (2/6), a jovem chegou 20 minutos atrasada no trabalho. Para evitar a situação, ela busca alternativas, como aplicativos de viagem, que acabam pesando no bolso. 

“Ele passa em horários muito distantes e quando eu peguei, o metrô ficou na estação José Cândido mais de 15 minutos. Isso atrapalha tudo, tem dia que eu deixo de pegar o metrô para pegar um Uber para chegar a tempo [no trabalho]”, relata. 

Richard Phoenix, de 27 anos, estava em busca de emprego e perdeu uma entrevista devido ao atraso do metrô. Ele também reclamou de demora nas paradas das estações Gameleira, Lagoinha e Central. “A gente não sabe quanto tempo o metrô vai ficar parado nas estações. Eu tinha duas entrevistas de emprego ontem, mas devido ao atraso, eu acabei perdendo a primeira e, Graças a Deus, consegui chegar na segunda e fui aprovado”, disse. 

Phoenix afirma que, a partir de agora, vai sair de casa ainda mais cedo para evitar os imprevistos. Esta também é a estratégia de Marciana Fernandes dos Reis, que mudou sua rotina para não se atrasar para compromissos. Ela espera que o transtorno valha a pena e que a revitalização traga benefícios no futuro.

“A gente tem que sair mais cedo, já pensando que o metrô vai vir cheio, que vai ser desgastante. Temos que exercitar a paciência. As obras são para trazer melhorias, então acredito que seja para um bem maior”, avalia Reis.   

Ao Estado de Minas, a Metrô BH informou que, no horário de pico da manhã de segunda-feira (2/6) o intervalo entre os trens foi de 11 minutos. “Algumas retenções de trens foram registradas e a equipe de manutenção do Metrô BH já atuou para mitigar estas retenções. A operação desta terça-feira (3) ocorre como programada”, diz a nota.

Segundo a concessionária responsável, o aumento no intervalo das viagens teve que ser alterado devido à atual fase da obra entre as estações Santa Tereza e Horto. A previsão é que as mudanças nas programações durem até domingo (8/6). 

Obras de revitalização

A revitalização da linha 1, que vai da Estação Vilarinho até o Eldorado, deve ser concluída em 2026. As obras, ao longo dos 28 km de extensão da linha, foram divididas em quatro etapas e, segundo a Metrô BH, seguem dentro do prazo previsto.

As primeiras entregas foram realizadas em março de 2024, com a conclusão do trecho entre as estações Eldorado e Calafate. As intervenções incluem a substituição dos trilhos, dos aparelhos de mudança de via (AMVs) e dos lastros (camada de pedra britada), assim como a troca de dormentes de concreto e madeira, e suas respectivas fixações, entre outros componentes.

Linha 2 

Além da revitalização e modernização da Linha 1, a Metrô BH também trabalha na implantação da Linha 2, que unirá a via já existente, na altura do Bairro Nova Suíça, na Região Oeste, até o Barreiro. Ela terá 10,5 km de extensão e incluirá sete estações: Nova Suíça, Amazonas, Nova Gameleira, Nova Cintra, Vista Alegre, Ferrugem e Barreiro. 

Para realização da obra, o trajeto previsto passará por um processo de desocupação e demolição de imóveis. Em maio deste ano foi estabelecido por meio de acordo que as famílias impactadas receberão indenização e quatro meses de aluguel social: o valor será creditado diretamente aos beneficiários, que poderão escolher o imóvel em que desejam residir durante o período de transição. Os moradores também receberão valores referentes ao custeio da mudança para local temporário e, posteriormente, para o imóvel definitivo.

Além da concessionária e dos moradores, o Ministério Público (MPMG), o Governo de Minas e parlamentares das esferas municipal e estadual participaram das negociações.

As obras de ampliação do metrô de Belo Horizonte têm custo estimado de R$ 3,2 bilhões, sendo que R$ 2,8 bilhões serão financiados pelo governo federal, e os demais R$ 400 milhões, pelo Estado, por meio das medidas reparatórias pelo rompimento da Barragem de Brumadinho, na Grande BH.

Fonte: https://www.em.com.br/gerais/2025/06/7163791-usuarios-do-metro-em-bh-sofrem-com-atrasos-em-viagens-e-intervalos-longos.html

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