Sabesp, Randon e oito companhias devem captar, ao menos, R$ 1 bi cada com debêntures

Valor Econômico – O ritmo das emissões de debêntures acelerou neste mês em meio ao aumento da demanda por títulos de renda fixa, especialmente os isentos. Atualmente, há 26 companhias com ofertas na rua, sendo que dez dessas emissões devem movimentar, no mínimo, R$ 1 bilhão cada. Entre os nomes que devem concluir ofertas nas próximas semanas estão Sabesp, Randon e Localiza, além de concessionárias de rodovias. No total, as captações podem somar R$ 22,5 bilhões.

“Passadas as turbulências fiscais que impactaram o mercado de capitais, observamos um volume relevante de emissões de debêntures em julho, especialmente por emissores frequentes. Esperamos um início de semestre com novos recordes sendo alcançados e companhias correndo para captar recursos antes do fim de 2025”, diz Mariana Pollini, sócia da área de Mercado de Capitais do Lefosse.

A Sabesp anunciou nesta semana os planos de captar R$ 1 bilhão com debêntures de dez anos. É a terceira vez que a empresa de saneamento emite esse tipo de papel desde o início do ano. Pelo cronograma, a liquidação deve ocorrer em 30 de julho.

Já a Randon pretende emitir R$ 1,1 bilhão em papéis com vencimento em cinco e sete anos. A companhia diz que vai usar o dinheiro para reforçar o caixa e administrar risco, incluindo o resgate antecipado de uma outra emissão e o pagamento de dívida bilateral que venceria em 2027.

A Localiza, por sua vez, define o preço da sua emissão de R$ 1,5 bilhão em papéis na próxima segunda-feira. O volume da oferta pode chegar a R$ 1,8 bilhão, caso seja vendido o lote adicional. A locadora de veículos pretende destinar os recursos para a recompra de quatro séries de debêntures.

Das dez ofertas acima de R$ 1 bilhão planejadas para os próximos dias, quatro são de concessionárias de rodovias — setor que pode ampliar a participação no total de emissões de debêntures no ano, segundo Guilherme Maranhão, presidente do fórum de estruturação de mercado de capitais da Anbima. “Considerando o pipeline de leilões e concessões, há muitos previstos no setor rodoviário, o que torna possível que as empresas do setor ganhem mais relevância nas captações dos próximos meses”, disse.

A maior das operações, de R$ 2,5 bilhões, é da CCR Autoban. A companhia vai emitir títulos com prazo de sete e 12 anos, sendo que parte deles terão recursos voltados a projetos de infraestrutura. A outra parte servirá para a companhia antecipar a quitação de dívidas. A liquidação da operação deve ocorrer em 28 de julho.

A Ecorodovias fecha as condições de uma emissão de R$ 2 bilhões com prazo de sete anos em 4 de agosto. As apresentações aos investidores começaram na semana passada e a empresa vai usar o dinheiro para o pagamento antecipado de outros títulos de dívida.

A Via Appia também busca R$ 2 bilhões com títulos de sete anos para pagar antecipadamente dívidas e reforçar o caixa. A conclusão da oferta deve ocorrer até a próxima semana. A Way, responsável por vias no Mato Grosso do Sul, vai emitir R$ 1 bilhão em papéis incentivados com prazo mais longo, de 20 anos.

No setor de energia, a Cesp iniciou apresentações a investidores para levantar R$ 2,1 bilhões. A coleta de intenções é prevista para 12 de agosto e a liquidação vai ocorrer no dia 14. O dinheiro será usado para reforço de caixa. Os papéis terão prazo de sete anos.

A Auren, que produz energia renovável, vai emitir R$ 1,15 bilhão com títulos incentivados. Os investidores terão até 11 de agosto para analisar a operação e o fechamento do preço ocorre no dia 12.

A produtora independente de gás Origem Energia, que iniciou “roadshow” em busca de R$ 1,4 bilhão, vai pactuar o preço da operação em 12 de agosto. Os recursos servirão para projetos em polos na Bahia e em Alagoas. Os papéis são incentivados.

No primeiro semestre, o volume de captações com debêntures chegou a R$ 192,6 bilhões, segundo dados da Anbima. No mesmo intervalo do ano passado, foram R$ 206,7 bilhões.

Fonte: https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/07/23/sabesp-randon-e-oito-companhias-devem-captar-ao-menos-r-1-bi-cada-com-debentures.ghtml

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