O governador João Doria (PSDB) promete melhorar os acessos ao Litoral Norte, diz que o Trem Intercidades já conta com aval da União, e promete reforço na segurança da RMVale, inclusive com a chegada do dronepol — a polícia com drones.
Em entrevista concedida nesta terça-feira para jornalistas convidados no Palácio dos Bandeirantes, que contou com a presença de OVALE, o tucano comemorou a redução de índices criminais e a instalação da Caep (Companhia de Ações Especiais da Polícia) no Vale do Paraíba, que ficará em Taubaté.
A região, no entanto, segue sendo líder de assassinatos no estado de São Paulo, e o governo havia prometido que, ao invés de um Caep, o Vale receberia um Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia) logo no início da atual gestão.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
“O Caep de Taubaté será inaugurado em junho. São 200 policiais militares treinados e preparados, padrão Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), também com novos veículos, motocicletas, armamento, rádiocomunicação e o novo sistema de câmeras”, disse o governador a OVALE. “Teremos também a dronepol, inclusive com dois drones operando já em Taubaté, dentro dessa nova polícia”, afirmou.
A instalação do Baep em Taubaté foi uma promessa de Doria para conter os altos índices de violência da região: o primeiro batalhão a ser implantado em sua gestão seria o da cidade. No entanto, após anunciar batalhões em outros municípios, o governo anunciou o Caep no Vale.
Promessas
Na entrevista, que contou com representantes de um grupo de veículos de comunicação do interior, Doria esteve ao lado de alguns de seus principais secretários. Entre eles, Rodrigo Garcia, secretário de Governo e vice-governador, que afirmou que o governo Jair Bolsonaro (PSL) já deu aval para a elaboração do projeto do Trem Intercidades.
“Nós dependíamos do governo federal sobre um aditivo contratual, que sairá agora no mês de julho e era premissa para que o governo pudesse licitar o Trem Intercidades. Já temos um estudo de modelagem avançada, e no final do ano colocaremos o edital de consulta pública para ser avaliado, um projeto de PPP [Parceria Público-Privada], para que no primeiro semestre do ano que vem o projeto seja licitado. É um projeto de R$ 5 bilhões mas que faltava o essencial: poder fazer. E agora podemos”, disse.
Também estiveram no encontro com jornalistas os secretários Cleber Mata (Comunicação), Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional), Coronel Nyakas (Casa Militar e Defesa Civil), Alberto Kanamura (secretário-adjunto da Saúde) e João Octaviano Neto (Logística e Transporte).
Este último falou sobre a situação do Litoral Norte, que sofreu com as fortes chuvas nos últimos dias, e que espera uma retomada breve das obras do contorno da Tamoios, iniciadas em 2013 e ainda não foram concluídas. A rodovia sofre com frequentes interdições, especialmente na época de chuvas.
“A quantidade de chuva nos últimos dias foi acima de qualquer média histórica na região. Tivemos uma reunião essa semana e estamos tratando agora a formatação da retomada imediata das obras [do contorno da Tamoios], é uma alternativa para melhor qualidade da região, principalmente para acesso também ao porto de São Sebastião. Em breve vamos anunciar isso”, afirmou Octaviano Neto.
O governador aproveitou para falar novamente sobre a duplicação da rodovia Rio-Santos, que está sendo negociada com a União.
“Sobre o acesso ao Litoral Norte, já negociamos com o governo federal a duplicação da Rio Santos, o que é um enorme alívio e um anseio de três décadas, para facilitar não só o turismo na região como também transporte de cargas e mercadoria”, concluiu Doria.
Governador diz que não estará em manifestação pró-governo
Na entrevista, o governador João Doria (PSDB) afirmou que não irá participar das manifestações pró-Jair Bolsonaro (PSL), marcadas para o próximo dia 26.
Questionado sobre o tema, o tucano afirmou que, apesar de considerar válido qualquer tipo de manifestação pacífica, que entende que não é momento para atos pró e contra governo.
“É um direito de todos se manifestarem, contra ou a favor, desde que pacificamente. Sem violência, sem agressões, nem entre eles e muito menos ao patrimônio público. Não estarei na manifestação, ao meu ver essa manifestação não é contributiva. Entendo que o acirramento de ânimos não contribui para o Brasil nesse momento”, afirmou o governador.
“Precisamos de paz, equilíbrio, entendimento, foco na reforma da previdência para permitir que a economia possa se recuperar. Pessoalmente participei de várias manifestações na [avenida] Paulista, nessa não irei.”
Doria apoiou Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial, mas é cotado como um dos possíveis candidatos ao Planalto em 2022.
Ele também aproveitou para fazer ataques ao ex-governador Márcio França (PSB), contra quem disputou o segundo turno das últimas eleições, a quem chamou de “socialista”.
Doria também disse ter um governo “municipalista”, algo que São Paulo, segundo ele, só teve com a gestão de Franco Montoro, grande nome do PSDB e governador nos anos 1980, ainda pelo PMDB.
Seja o primeiro a comentar