De demanda por infraestrutura e logística no Brasil representa oportunidades de investimento para o setor privado, ainda mais com a incapacidade financeira do governo. Mas é importante definir regras claras para atrair os investidores para esse mercado, avaliou, na quarta-feira (28/8), o diretor da Bravo Serviços Logísticos, Marcos Ribeiro, no 12º Congresso Brasileiro do Algodão, em Goiânia (GO).
“O mundo tem esse dinheiro e quer investir no Brasil. Temos grandes demandas. Se colocarmos um ambiente mais claro que tenha garantia jurídicas, o governo não precisaria investir em infraestrutura”, disse ele.
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Segundo Ribeiro, há uma agenda de projetos de logística de R$ 220 bilhões no Ministério da Infraestrutura para o segundo semestre deste ano e primeiro semestre de 2020. Mas a necessidade de investimentos gira em torno de R$ 1 trilhão, considerando apenas o transporte rodoviário, ferroviário e portos no país. E o maior potencial de investimentos está nas rodovias e ferrovias.
Mas o executivo avalia que as regras de parceria-público-privada no Brasil devem ser melhoradas, assim como as de concessão e privatização. O cenário atual, segundo ele, é de insegurança jurídica. E como se trata de investimentos bilionários e de longo prazo, que podem chegar a 20, 30 anos, estabilidade é importante.
“O Ministério da Infraestrutura, olhando esse cenário que está sendo criado, está se organizando para dar mais garantia. Flutuações de mercado sempre existem e as empresas estão cientes desses riscos”, afirmou.
Frete
Durante sua apresentação, o diretor da Bravo Serviços Logísticos criticou a atual discussão sobre preços mínimos do frete rodoviário. Classificou como vergonha a retirada de vigor da tabela produzida pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Para o executivo, o trabalho tinha sido bem feito, com análise e consultas públicas. “A Esalq pegou uma tabela de frete feita em um dia e fez outra mais decente.”
“O Ministério da Infraestrutura, olhando esse cenário que está sendo criado, está se organizando para dar mais garantia” – Marcos Ribeiro
O Supremo Tribunal Federal (STF) previa o julgamento da legalidade da tabela para a próxima semana, mas o assunto foi retirado da pauta. Marcos Ribeiro alertou que, a depender da decisão da corte máxima da Justiça brasileira, novos movimentos de caminhoneiros, como a greve do ano passado, podem ocorrer.
“Podemos ter nova paralisação. Tomara que não tenhamos, visto que uma paralisação em setembro, na época de plantio, não vai ser benéfica para o nosso segmentos”, disse Ribeiro.
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