A empreiteira Constran S.A. Construção e Comércio, responsável pela implantação do trecho de 105 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, ligando Santa Isabel a Uruaçu, fará investimentos da ordem de R$ 85 milhões somente na compra de produtos e serviços nos municípios da área de influência da ferrovia, num prazo de 12 meses. O anúncio foi feito pelo gerente de Planejamento da empresa, Márcio Monteze Caneshi, durante o quarto encontro de negócios da área de influência da Ferrovia Norte-Sul, realizado hoje em São Luiz do Norte.
A construtora, que já está com canteiro de obras instalado em Uruaçu e começou o trabalho de infra-estrutura em dez quilômetros do trecho que vai executar, trabalha com efetivo de 194 trabalhadores, mas deverá atingir 990 empregados nos próximos meses. Para tanto, anunciou também a contratação de ajudantes, carpinteiros, operadores de máquinas, vigias, motoristas, armadores, trabalhadores braçais e topógrafos. Quanto aos produtos da região, a empresa começou a comprar areia, brita, pedra bruta, cimento, madeira, combustíveis e lubrificantes, artefatos de cimento e outros. Na área de serviços, está contratando empresas que executam obras de arte convencionais, obras de arte especiais, sondagens, serviços de terraplanagem e de drenagem.
O secretário do Planejamento e Desenvolvimento, Oton Nascimento Júnior, disse que são oportunidades concretas de negócios e é justamente essa a proposta dos encontros de negócios que vêm sendo realizados nas cidades-pólo localizadas ao longo da Ferrovia Norte-Sul. Além disso, segundo ele, as economias municipais já começam a ser fortemente impactadas pelo crescimento da demanda por produtos e serviços. Até agora já foram realizados encontros em quatro localidades: Petrolina, Jaraguá, Ceres/Rialma e São Luiz do Norte. Até o fim de outubro outros cinco encontros serão realizados em Uruaçu, Pirenópolis, Estrela do Norte, Porangatu e Anápolis. Mais de 350 pessoas participaram do encontro de hoje, entre elas o prefeito de São Luiz do Norte, Jacob Ferreira; de Itapaci, Salvador Leandro; de Nova Glória, Carlos Luiz de Oliveira, e de Rubiataba, José Luiz Fernandes.
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Mais oportunidades
O consultor comercial da Valec, Josias Gonzaga, depois de discorrer sobre o cronograma de construção da obra, disse que o impacto econômico da ferrovia será muito positivo, especialmente pela implantação dos pátios multimodais de transbordo, a serem instalados em Porangatu, Uruaçu, Santa Isabel, Jaraguá e Anápolis. Além desses, com a implantação do ramal Sudoeste da ferrovia, que sai de Anápolis e vai até o município de Panorama, em São Paulo, serão mais três pátios de transbordo em Goiás, um deles em Goianira/Inhumas, outro em Santa Helena/Rio Verde e o último em São Simão. “Como esses pátios se transformam em distritos industriais e sediam grande número de empresas, eles acabam se transformando em verdadeiras cidades e por isso mesmo precisam ser planejados e ordenados”, observou.
O gerente regional do Banco do Brasil em Anápolis, Benedito Sérgio de Resende e o consultor Juliano Noronha, mostraram as linhas de crédito disponíveis no Banco do Brasil para financiamento de atividades produtivas, entre elas o Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), que dispõe de R$ 150 milhões até 2010, para serem aplicados em projetos na área de influência da ferrovia. Também foram destacadas linhas de crédito como o BB Giro Rápido e o BB Giro Empresa Flex, voltadas para a capitalização de empresas que precisam de capital de giro. Quanto aos investimentos, além do FCO, o Banco do Brasil também trabalha com recursos próprios e do BNDES.
Ao final dos trabalhos, o secretário Oton Nascimento respondeu ou encaminhou para os palestrantes responderem diversos questionamentos feitos pelos participantes, principalmente sobre como ofertar produtos e serviços às empresas e como fazer para obter vagas de trabalho nas obras da ferrovia. Também enfatizou que o Sebrae estava presente para garantir treinamentos e capacitação empresarial, enquanto o Banco do Brasil apresentava, de forma concreta, as linhas de crédito disponíveis para financiar os empreendimentos produtivos na região.
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