O mesmo bilhete único, usado apenas nos ônibus da cidade, deve ser aceito também no metrô e nos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) até o fim do ano. Governo do Estado e Prefeitura já estão afinados nesse propósito, a tecnologia já existe, mas restam dúvidas importantes, segundo especialistas ouvidos pelo Estado: quem vai pagar o subsídio de cerca de R$ 250 milhões anuais que o sistema vai precisar e como absorver a demanda extra de 20% de passageiros prevista num metrô já no limite da capacidade.
Com a integração dos transportes por meio da tecnologia do bilhete único da Prefeitura, o governo desistiu, pelo menos temporariamente, de retomar o processo de licitação do seu cartão, o metropass, revogado anteontem. `O processo foi suspenso, primeiro, porque poderia ter grande demora e queremos dar uma abreviada para implementar o bilhete único. Segundo, porque foi grande o número de questionamentos jurídicos sobre o processo (edital), desde o ano passado`, disse o governador Geraldo Alckmin.
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`Temos um desafio financeiro a ser superado, que se refere ao impacto que a integração terá nas contas das empresas de transporte coletivo, e um tecnológico`, admitiu Alckmin. A integração dos ônibus, metrô e trens é promessa de campanha do prefeito José Serra.
De acordo com o presidente da Companhia do Metropolitano (Metrô), Luiz Carlos David, o sistema integrado vai ser bancado com recursos do Estado e da Prefeitura. `O metropass seria uma concessão à iniciativa privada, que será retomada numa segunda etapa, quando vamos incluir os ônibus metropolitanos no sistema`, disse.
Para o sistema funcionar, a Prefeitura vai ter de gastar R$ 14 milhões só para instalar validadores de bilhete em catracas de cada uma das 52 estações do metrô. Além disso, o valor inclui controladores de catraca e centrais de controle operacional, para separar os recursos de cada meio de transporte. `Ainda estamos negociando com o Município`, disse David.
Segundo ele, não será necessário fazer licitação, porque a Prefeitura tem boa parte do equipamento em estoque e domina a tecnologia. Procurado pela reportagem, o secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, não respondeu aos telefonemas.
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