As concessionárias de ferrovias pretendem investir R$ 7,1 bilhões até 2008 na melhoria das malhas e na compra de vagões e locomotivas, com o objetivo de elevar a produtividade e ampliar a movimentação de cargas no país, informou ontem a ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários).
Feitos esses investimentos, o setor prevê elevar sua participação no total de cargas transportadas no país dos atuais 26% para 28% e aumentar a velocidade média das composições de 37 km/h para 45 km/h. Hoje, as rodovias transportam 62% do volume total de cargas movimentadas no Brasil.
Só neste ano as 11 concessionárias de ferrovias que operam no Brasil vão comprar 225 locomotivas e 9.100 vagões, num investimento de cerca de R$ 2,1 bilhões.
Apesar dos avanços previstos, o setor ferroviário brasileiro ainda estará, em 2008, longe das marcas alcançadas por outros países com as dimensões parecidas com as do Brasil, como Índia, Austrália e EUA, onde 40% do transporte é feito por meio de FERROVIAs. A velocidade dos trens também estará distante da ideal -80 km/h.
De acordo com o diretor-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça, existem hoje no Brasil cerca de 11 mil pontos `de gargalo` do setor, que vão desde cruzamentos ferroviários que precisam ser refeitos até casas construídas em áreas de ferrovias.
Segundo Vilaça, o governo precisa investir R$ 4,2 bilhões no sistema ferroviário para equacionar tais problemas. É que, pelo modelo de concessão, as empresas ficam com a responsabilidade de recuperar malhas e trens, enquanto cabe ao governo fazer as obras de expansão, contornos, variantes (desvios) e ressarcir moradores que tenham de ser eventualmente desalojados por estarem em terrenos de ferrovias.
O problema, diz Vilaça, é que até agora faltam recursos para o setor e não há uma perspectiva de curto prazo indicando que a situação mudará.
Ferrovias da Vale
A Vale do Rio Doce anunciou ontem que irá misturar 20% de biodiesel no combustível que utiliza em suas locomotivas. A Vale consome 400 milhões de litros de diesel por ano.
Ao todo, serão investidos R$ 120 milhões em inovações tecnológicas nas ferrovias operadas pela empresa.
Ferrovias podem ter investimento estrangeiro
A China está oferecendo para investimento estrangeiro a construção de seis novas linhas ferroviárias na província de Shandong. Se o negócio for completado, essas serão as primeiras ferrovias a ser totalmente controladas por estrangeiros desde a Revolução Comunista, em 1949. As linhas ferroviárias estão entre vários projetos abertos à participação de estrangeiros nos últimos meses na China.
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