Golpe fracassa na Refer

Rio – Acusado de manipular ativos do Núcleos, fundo de pensão dos empregados das usinas nucleares, o ex-assessor da Casa Civil Marcelo Sereno também articulou operação sobre uma bolada de R$ 1,4 bilhão em títulos públicos pertencentes à Refer, fundo dos ferroviários empregados de sete empresas brasileiras. Informações obtidas pelo Correio Braziliense revelam que, sob influência de Sereno, diretores do fundo chegaram a aprovar um plano de investimento para tirar os papéis da carteira da Refer e passá-los a de bancos contratados, onde fariam parte de uma “roda da fortuna”. O plano, contudo, ficou pela metade.

A história remonta ao período entre maio de 2003 e junho de 2004. Eleito o governo Lula, os cargos da Refer foram alvos de uma batalha entre os grupos de Marcelo Sereno, tarefeiro do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, e do deputado Carlos Santana (PT-RJ), expoente do “sindicalismo de resultados” e figura enigmática dentro do PT.

Na distribuição de cargos, metade da diretoria ficou com um lado e metade com o outro. Santana emplacou a própria esposa, Tânia Ferreira, na Diretoria de Seguridade e outro aliado na Diretoria Administrativa. Sereno assegurou as duas diretorias mais poderosas: a presidência foi entregue ao ex-deputado Jorge Moura – que recebeu o convite na sala da assessoria especial da Casa Civil, no 4º andar do Palácio do Planalto – e a diretoria financeira ao comunista Adauto Carmona.

Em meados de 2003, entra em cena Juarez Ferreira, atual secretário municipal na administração de Lindbergh Faria em Nova Iguaçu (RJ). Juarez é ligado a Santana. Seu apelido é Juarez “Pororoca” por causa da forte interlocução que mantém com Haroldo Rego, o “Pororoca”, figura proeminente do mercado financeiro, famoso por operar ativos da Prece (fundo de pensão dos funcionários da Cedae, a estatal fluminense de água e esgoto).

Por meio de Juarez Pororoca, Sereno conseguiu firmar um pacto com Santana. Unidos, eles substituíram o comunista Carmona por um assessor da própria Diretoria de Investimentos chamado Eduardo Telles. Engenheiro elétrico de formação, Telles reconhece não ter muita intimidade com o mercado financeiro. Na primeira vez que sentou com o presidente da Refer, travou com ele o seguinte diálogo, descrito pelo primeiro:

– Olha Jorge, eu quero te dizer que estou assumindo o cargo com o chicote nas costas.

– Chicote? Que chicote? Chicote de quem?

– Do Carlos Santana e de Brasília.

Telles, que diz não lembrar dessa conversa, era teleguiado pelo deputado e por Marcelo Sereno. Cinco dias depois, ele abordou novamente o presidente da Refer falando num plano para estruturar um Fundo de Aplicação em Quotas (FAQ), imediatamente encomendado à gerência de investimentos. O objetivo era sacar os ativos da carteira própria do fundo de pensão e distribui-lo em fundos de investimentos administrados por bancos. Cobiçava-se a fortuna de R$ 1,4 bilhão em NTN-Cs pertencentes à Refer desde dezembro de 1996 (leia quadro abaixo).

Em 31 de março, é distribuído um memorando avisando que haviam sido escolhidos quatro bancos para receber as aplicações – HSBC, WestLB, Mellon e Industrial. O assunto foi levado ao Conselho Deliberativo da Refer dois dias depois, em 2 de abril de 2004. De nove votos, a proposta recebeu oito favoráveis e um contrário. O dono do “não”, Jorge Moura, diretor presidente do fundo, deixou sua contrariedade por escrito registrada na ata da reunião. Foi destituído semanas depois.

A despeito de ter sido aprovado, o saque na carteira própria da Refer jamais foi feito. Um executivo do mercado financeiro disse ao Correio ter ouvido gritos de ódio pelo fracasso do plano no prédio onde mora – o condomínio Golden Green, o mais caro do Rio, localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. Esse executivo é vizinho de Haroldo Rego “Pororoca”, ilustre morador do Golden Green. Lá, Pororoca já foi visto compartilhando charutos Cohiba com Marcelo

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Fonte: Correio Braziliense

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