Querem descarrilar a história

Boa parte da história do Brasil foi construída sobre trilhos. A rede ferroviária teve papel decisivo na integração nacional. Foram os trens que abriram caminho para a expansão territorial e a conquista da soberania desse Brasil. Nos vagões, foram transportados diversos produtos que contribuíram para a sustentação da nossa economia. No entanto, ao longo das últimas décadas, a rede ferroviária foi sendo abandonada, a despeito de todas as sabidas vantagens que tem sobre o sistema rodoviário. Na década de 90, a agonia dos trens se acentuou com o processo de privatizações. Mas o golpe de misericórdia ficou reservado para o atual governo, com a edição da Medida Provisória 246, que pretendia extinguir a Rede Ferroviária Federal (RFFSA).

Sob o argumento de interromper os prejuízos bilionários que a empresa vem causando ao erário, o governo quis se eximir de vez da responsabilidade sobre uma ferramenta que ajudou a edificar a soberania nacional e que ainda hoje desempenha insubstituível tarefa na logística e na infra-estrutura do país. No entanto, ciente disso, a Câmara rejeitou a MP 246. Para custear o processo de extinção do sistema ferroviário federal, o governo queria abrir crédito de R$ 393 milhões, através da MP 245, igualmente rechaçada por nossos deputados. Esse montante poderia estar sendo investido em estudos e reformas para recuperar nossa malha ferroviária e torná-la economicamente viável.

Contudo, a opção de simplesmente liquidar a RFFSA parece ser mais cômoda para o presidente Luís Inácio Lula da Silva, por garantir um retorno financeiro imediato. Resta saber se, a longo prazo, essa alternativa se mostrará vantajosa. Afinal, não satisfeito em ver que os deputados, representantes dos interesses do povo brasileiro, foram contra a extinção da RFFSA, o Executivo lançou mão de outra arma. O decreto assinado por Lula é o atestado de óbito de um sistema de transportes muito mais barato, seguro e eficiente.

O Brasil já cometeu um erro grave ao optar por um sistema rodoviário. Os países mais desenvolvidos do mundo contam com uma malha ferroviária extensa para escoar sua produção. No Brasil, recorre-se, majoritariamente, às esburacadas e perigosas estradas. Menos de 10% das rodovias brasileiras são pavimentadas. As péssimas condições das estradas, o alto índice de roubo de cargas, a lentidão no transporte e a falta de integração da malha rodoviária constituem um dos maiores gargalos da nossa economia. Esses entraves aumentam significativamente os preços dos produtos e dificultam as exportações.

Nos Estados Unidos, cada tonelada de grãos chega ao porto exportador, através de FERROVIA, por US$ 9. Aqui, o preço do transporte da tonelada de grãos por rodovias varia de US$ 25 a U$ 40. Isso significa que o custo do transporte pode chegar a 15% do preço final dos nossos produtos. Mesmo tendo sido perversamente retalhada pelo processo de concessão à iniciativa privada, a rede ferroviária federal ainda responde por um quinto da carga transportada no país. Esse quadro poderia ser revertido, caso fosse adotada uma política de recuperação da malha ferroviária. Mas, ao contrário disso, o governo prefere acabar com a RFFSA e seus 98 anos de dedicação.

O Planalto alega que a Rede Ferroviária acumulou prejuízos que chegam a R$ 16,6 bilhões e que tem um passivo trabalhista calculado em R$ 7,5 bilhões, oriundo de 38 mil ações que tramitam na Justiça do Trabalho. Em que pese a louvável preocupação do governo com o equilíbrio de suas contas, não é justo sacrificar essa rede, que se deita sobre 23 mil quilômetros de trilhos. Ademais, a RFFSA tem créditos a receber das concessionárias do sistema ferroviário e do próprio governo, que se aproximam do seu passivo trabalhista. Ou seja, não é nenhum absurdo acreditar que a Rede Ferroviária, com seu patrimônio de R$ 40 bilhões, ainda pode se reerguer.

Portanto, a liquidação da Rede Ferroviária Federal, sem um amplo debate e propostas concretas para tornar econom

Borrowers who would look cash advance payday loans their short terms. payday loans

It is why would payday cash advance loan want more simultaneous loans. payday loans

Payday lenders so why payday loans online look at.

Bad lenders will be payday loans online credit bureau.
Fonte: Jornal do Brasil

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*