Ponte na Serra do Mar tombada pelo patrimônio histórico e recuperada pela operadora
A ALL realiza hoje (quinta-feira, dia 1º) a entrega simbólica das obras de recuperação da Ponte São João, atingida em incidente ferroviário no dia 19 de julho de 2004, quando 35 vagões descarrilaram na ponte sobre o Rio São João, em Morretes (PR). A empresa investiu cerca de R$ 6 milhões na recuperação da ponte, localizada na Serra do Mar, um dos principais cartões postais do Paraná e única ligação ferroviária do Estado com o Porto de Paranaguá.
Menos de 20 dias depois do acidente, as obras estruturais de emergência permitiram a passagem dos primeiros trens com segurança. A recuperação e o detalhamento das características originais da obra exigiram o trabalho de engenheiros, arquitetos e técnicos da Roca Engenharia, empresa especializada responsável pelo projeto e execução da obra. `Desde o início, tivemos duas preocupações: restabelecer o tráfego com segurança e garantir a preservação das características culturais originais da ponte. Hoje, estamos certos de que esta missão foi cumprida`, revelou o diretor de Relações Corporativas da ALL, Pedro Roberto Almeida.
De acordo com o engenheiro Raul Osório Almeida, que há 30 anos atua em obras estruturais de pontes ferroviárias e rodoviárias, como a Hercílio Luz, em Florianópolis e a própria ponte São João, o principal desafio da obra era recuperar a parte estrutural o mais rápido possível, para que o peso da estrutura restante não provocasse o desmoronamento da ponte por completo.
`Detectamos o risco já no levantamento inicial e agimos rápido, providenciando também o reforço da estrutura`, revela. Na obra, foram utilizados 127 toneladas de aço e mais de quatro mil litros de tinta especial. No total, cerca de 200 pessoas trabalharam nas obras de recuperação do local, consideradas difíceis e de alto risco. `A umidade e o tempo chuvoso, característicos da Serra do Mar, dificultaram os trabalhos, fazendo com que paralisássemos as obras inúmeras vezes`, conta o engenheiro responsável pelo projeto, Raul Osório de Almeida.
Para garantir a segurança na etapa estrutural, considerada de alto risco, a ALL contratou ainda equipes de alpinistas do grupo Cosmos, especializado em resgates para acompanhar os trabalho e orientar os operários. `Os cuidados garantiram que não tivéssemos um único incidente durante toda a obra`, conta Almeida.
Atualmente, passam pelo local cerca de 34 trens de carga por dia que somam 1,4 mil vagões carregados com commodities agrícolas, combustíveis, produtos siderúrgicos, frigorificados e fertilizantes. A movimentação por ferrovia significa 70% de tudo o que chega ao Porto de Paranaguá no segmento agrícola, um recorde histórico. `Além de garantir a recuperação estrutural e estética da obra, as obras de reforço da ponte também permitem o crescimento da movimentação permitindo a circulação de trens com maior segurança`, revela o diretor de Operações da ALL, Raimundo Costa.
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