MRS consolida-se como operadora logística e anuncia investimentos na malha ferroviária
Enquanto uns olham para a crise, a MRS Logística, responsável pela malha ferroviária Sudeste, enche seus vagões numa corrida frenética para atender à demanda dos seus clientes – um conjunto respeitável que inclui as principais companhias instaladas no Brasil nas áreas de mineração, siderurgia e construção. A malha férrea a cargo da companhia atinge cerca de 1.700 km de extensão, passando por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O desempenho registrado nos dois primeiros trimestres do ano comprova a trajetória de crescimento da empresa, que em 2004 bateu recordes mensais de transporte. Em outubro do ano passado, por exemplo, ela atingiu a marca de 8,82 milhões de toneladas úteis (TUs), o melhor resultado mensal da história, iniciada em 1996, a partir da concessão da linha.
“Nos últimos cinco anos, nosso faturamento cresceu à média de 25% ao ano e a geração de caixa aumentou em 50% ao ano; há quase 48 meses estamos crescendo cerca de 1 milhão t/mês em comparação ao mesmo período do ano anterior, o que mostra a solidez do negócio”, enfatiza Júlio Fontana Neto, presidente da MRS.
No total, o volume de transporte na malha atingiu 98,1 milhões de TUs – 13,7% a mais que o exercício anterior – gerando uma receita bruta de R$ 1,62 bilhões – 20% maior que em 2003. O setor de mineração foi a principal alavanca desse desempenho, com 71% da receita gerada pelo transporte do minério de ferro. Só a MBR respondeu por 33% da receita da companhia, seguida pela Cosipa (16%), Companhia Vale do Rio Doce-CVRD (13%), CSN (10%), Usiminas (4%), Gerdau/Açominas, Companhia Brasileira de Alumínio-CBA (3%) e outros (18%).
Não foi um resultado aleatório. Desde o início da operação do sistema pela concessionária privada, em 1996, a linha vem demonstrando uma constante trajetória ascendente, apesar dos percalços iniciais: nos primeiros três anos em que assumiu, a MRS teve que investir fortemente na recuperação da malha, com obras físicas e modernização de todo o sistema operacional.
Nos três anos seguintes, a companhia travou uma batalha contra o endividamento externo, armadilha originada no período em que o real valia o mesmo que o dólar. Só nos quatro anos posteriores é que a MRS alcançou o equilíbrio desejado entre receitas, despesas e investimentos, aproveitando ainda o aumento das exportações dos setores de mineração, siderurgia, celulose e, neste último ano, do setor de agronegócios.
“Apesar de todas as dificuldades, investimos desde o início na melhoria operacional e na expansão dos serviços, pois mesmo com a demanda existente, era preciso oferecer custos competitivos e readquirir a confiança dos clientes, então descrentes dos serviços prestados pela ferrovia”.
Outro desafio foi reduzir à metade o número de empregados, que estava na casa dos seis mil. “Hoje já estamos até contratando”, diz Fontana. Além disso, a empresa tocou uma série de projetos para elevar a auto-estima e qualificação dos funcionários, assim como projetos para estimular a formação de pessoal para as áreas operacionais. O destaque fica por conta da parceria com o Serviço Nacional da Indústria (Senai) para a formação de operadores ferroviários nos municípios de Juiz de Fora, Belo Horizonte, Conselheiro Lafaiete (MG), Barra do Piraí (RJ) e São Paulo.
Novos contratos
A criatividade consolidou-se como marca da empresa, que buscou no desenvolvimento de novos negócios e no aumento da produtividade dos ativos, as respostas para seu crescimento. Para isso, foram incentivadas novas atividades, ora com recursos próprios, ora em parceria com clientes e terceiros, para concretizar tais projetos. Dentre eles, destacam-se diversos contratos para atender às necessidades específicas dos clientes. Fazendo jus à palavra “Logística”, incorporada ao nome da empresa, tais contratos contemplam o t
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