Indústria sofre com escassez de mão-de-obra especializada
Este ano o número de empregos diretos e terceirizados nas ferrovias de carga deve superar a marca de 30 mil, 50 % a mais do que o total existente em 2002 (quando havia 20.215 postos de trabalho). Somente em 2004 o crescimento foi de 32 %, sendo que o número de empregos terceirizados – para manutenção principalmente – mais do que dobrou, conforme dados da ANTF (veja tabela abaixo).
O súbito aumento está gerando escassez de mão de obra especializada –principalmente maquinistas — e levando as operadoras a multiplicar convênios ou improvisar treinamento in-house, em ambos os casos fugindo da sua vocação de empresas de transporte. A MRS, para citar um exemplo, tem uma escola de maquinistas com o Senai e a FIEMG; uma escola de gerência com a Fundação Dom Cabral e a PUC Minas e uma escola de especialistas com o IME.
A falta de mão de obra especializada foi agravada pela não renovação dos convênios que a Rede Ferroviária e a Fepasa mantinham com o Senai antes do concessionamento. Chegou a haver 21 centros de formação profissional em nove estados, cada um com 120 a 150 alunos aprendizes, todos menores, e que após três anos de estudo saiam como técnicos em manutenção mecânica ou elétrica. Hoje sobrevive apenas a escola James Stewart, em São Paulo, dedicada à formação de mão de obra para a CPTM.
O assunto começou a ser rediscutido no primeiro semestre deste ano , quando foi assinado um protocolo de intenções entre o Ministério de Ciência e Tecnologia, a CBTU, o Senai e o Sesef prevendo a criação de programas de capacitação e desenvolvimento para o setor metro-ferroviário. Em seguida surgiu o projeto de criar no Rio de Janeiro, na Estação Barão de Mauá, hoje desativada, um centro de tecnologia ferroviária. A idéia é defendida pelo diretor de Planejamento da CBTU, Raul De Bonis, que está conversando com o BNDES. Mais recentemente o Simefre, o Senai São Paulo, a Brasil Ferrovias e a MRS iniciaram uma série de reuniões visando recompor a rede do Senai, agora ajustada às necessidades das operadoras privadas. A meta é chegar a um acordo entre o ANTF e o Senai que restabeleça a rede de ensino.
O problema e as soluções serão discutidos no seminário “Capacitação profissional para o desenvolvimento do setor metro-ferroviário” que a Revista Ferroviária vai realizar no auditório do BNDES, no Rio de Janeiro, no próximo dia 27, com o patrocínio da ANTF e da Firjan/Senai e o apoio do banco. Estarão presentes as empresas operadoras, representantes da indústria de material ferroviário, instituições de ensino profissionalizante e as entidades de classe envolvidas. A entrada é franca. Veja o programa e faça sua inscrição.
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