Os problemas de estruturas e os riscos de descarrilhamento na linha férrea de Joinville dentro do perímetro urbano estão preocupando autoridades e a comunidade da região próxima ao trilho. No início da madrugada de ontem, por volta da 0h15, um dos vagões de um trem desengatou, nas proximidades de um cruzamento da rua Monsenhor Gercino, no bairro Itaum. O barulho assustou os moradores mais próximos do local do incidente.
Os riscos de uma tragédia nos pontos onde passam o trem no perímetro urbano chamou a atenção de autoridades políticas e de segurança de Joinville.
O assunto ganhou destaque na reunião mensal da Defesa Civil. Para discutir a situação, foi formada uma comissão com líderes comunitários, vereadores e representantes dos órgãos de defesa. O objetivo é garantir a segurança da população.
A preocupação é com o estado de conservação da estrutura dos trilhos e se a capacidade de carga transportada está sendo respeitada. O local onde ocorreu o desligamento dos vagões, ontem, é uma área bastante urbanizada, com muitas casas. Às margens do trilho, próximo ao cruzamento com a rua Monsenhor Gercino, a presença de uma escola aumenta a preocupação com uma possível tragédia.
Ontem, no momento do incidente, a auxiliar de cozinha Donzilia de Carvalho, 50 anos, tinha acabado de chegar em casa quando ouviu o estrondo. `Meu marido foi até a janela e viu os vagões separados`, lembra. A mulher mora com a família no local há 26 anos, e diz estar acostumada com o trem.
Mas os problemas na estrutura preocupam a população das proximidades da linha férrea no bairro Itaum e região. A primeira-secretária da Associação de Moradores do Petrópolis, Aime Maria Czarnobay, 57 anos, aponta o mau estado de conservação dos trilhos e dormentes como um dos principais motivos para incidentes no local.
Suspeita de sabotagem
A proximidade do trilho com a escola também preocupa a líder comunitária Aime Maria Czarnobay. Ela teme que um descarrilhamento na região provoque tragédias fatais. Uma solução, na opinião dela, é a suspensão da passagem do trem no local para a realização de trabalhos de manutenção.
A América Latina Logística, administradora do sistema ferroviário em Joinville, ainda não sabe o que provocou o desengate dos vagões, ontem de madrugada, no bairro Itaum. As causas do incidente, segundo a assessoria da empresa, serão investigadas. Existe a suspeita de uma tentativa de sabotagem para saque de carga, mas a possibilidade de uma falha mecânica não está descartada.
A baixa velocidade dentro do perímetro urbano permitiria uma ação criminosa, por isso uma tentativa de saque é apontada como uma das possíveis causas. Os vagões teriam sido desligados, paralisando parte do trem e possibilitando uma tentativa de saque. A presença de parte da carga espalhada no local do incidente reforça as suspeitas.
De acordo com a assessoria da América Latina Logística, manutenções rotineiras são realizadas em dormentes para aumentar a segurança. A velocidade limite dentro do perímetro urbano, entre 20 e 25 quilômetros, garante a segurança, segundo a empresa, porque o trem consegue parar em uma distância de 70 metros.
Inspeções são realizadas de dois em dois dias para analisar a situação de tráfego, ainda conforme a ALL. Um aparelho de ultrassom é usado para verificar as condições dos trilhos, e um carro de controle é usado para medir a distância adequada entre eles.
A América Latina Logística se diz disposta a ouvir a comunidade e cooperar com a comissão formada para tratar do assunto.
Fonte: AN Cidade – SC
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