Monsanto usará ferrovia até Sepetiba

A utilização do novo trecho é uma alternativa competitiva ao trem expresso até Santos. A Monsanto inaugura neste sábado o trecho ferroviário que levará cargas do Vale do Paraíba até o Porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro. Para esse projeto piloto, a MRS Logística disponibilizou para a Monsanto 30 vagões que irão transportar 675 toneladas de matéria-prima utilizada na produção do herbicida Roundup.

Segundo o gerente de Logística Integrada da Monsanto, Gilmar Luiz Beraldo, a utilização do novo trecho ferroviário até Sepetiba é vista como uma alternativa competitiva ao trem expresso Santos-Vale do Paraíba, que hoje atende as empresas Basf, Monsanto e MWL. `Faremos um segundo teste de avaliação ainda no mês de setembro e, de acordo com os resultados, iremos definir uma nova estratégia de operação nos portos de Santos e de Sepetiba`, afirmou.

A inauguração oficial do trem expresso para Sepetiba, a partir de Caçapava, será no dia 12. Segundo o diretor-superintendente do Terminal Sepetiba Tecon, Davi Emery Cade, a MRS fará uma média de dois embarques por semana, com horários fixos de saída e chegada, utilizando cerca de 20 vagões. Apesar da distância no trecho que liga Caçapava ao porto de Sepetiba (230 km) ser maior que a ligação entre o Vale do Paraíba e o Porto de Santos (150 km), as empresas estão otimistas.

`A opção é boa porque evita os congestionamentos no porto de Santos, onde trens e caminhões competem o mesmo espaço. Se os dois testes que fizermos corresponderem as expectativas passaremos a operar com Santos e Sepetiba`, disse. A matéria-prima transportada pela Monsanto até Caçapava percorre hoje, durante quatro dias, um trecho que inclui o embarque no Terminal de Contêineres de Salvador até o Porto de Santos.

O produto sai da fábrica da Monsanto em Camaçari (BA) por navio até o Porto de Santos, onde é embarcado pela MRS Logística até Caçapava. A partir daí o produto é encaminhado para a fábrica da Monsanto em São José dos Campos (SP), onde percorre mais 35 quilômetros de caminhão. O transporte da matéria prima de Camaçari até o porto de Santos é feito por cabotagem pela Docenave, empresa da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).

Segundo o gerente Gilmar Beraldo, a Monsanto utiliza nesse processo cerca de 300 contêineres por mês. Para o diretor comercial do terminal Sepetiba Tecon, Thomas Rittscher, o escoamento de produtos do Vale do Paraíba até Sepetiba surge como uma opção mais segura e confiável para as empresas da região, na medida em que o trajeto evita os gargalos comuns hoje em Santos e apresenta índice de sinistralidade zero (roubos e/ou avarias).

O porto Sepetiba Tecon pertence à CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). No primeiro semestre deste ano a movimentação de contêineres no Terminal apresentou um crescimento de 119% em relação ao mesmo período de 2004. Entre janeiro e julho o Terminal movimentou cerca de 74.085 contêineres. Em termos de cargas conteineirizadas, o volume operado no terminal passou de 52.574 TEUs (unidade padrão para contêiner de 20 pés) para 111.247 TEUs.

Segundo o superintendente Davi Cade, as principais cargas movimentadas no terminal foram autopeças, produtos siderúrgicos, maquinários e equipamentos, café, pedras e produtos químicos. As exportações atingiram 35.773 TEUs nos meses de janeiro a julho, o que representou um aumento de 137% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O resultado favorável no período, de acordo com o executivo, foi viabilizado pelo crescimento dos produtos siderúrgicos, café e pedras. Cadê também destacou o aumento significativo do movimento das operações de transbordo, que atingiram um total de 27.832 TEUs, ante os 3.639 TEUs nos primeiros sete meses de 2004. As operações de cabotagem, por sua vez, cresceram 4% , passando de 13.195 TEUs em 2004 para 13.768 TEUs este ano.

O complexo portuário de Sepetiba opera hoje quatro terminais: Sepetiba Tecon, Ferteco, Valesul e CSN.

Fonte: Gazeta Mercantil