A América Latina Logística (ALL) ingressou na movimentação de contêineres para portos. Em parceria com o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) e com o Tecon do porto de Rio Grande, a empresa construiu desvios ferroviários e passou a ter acesso direto aos terminais de exportação.
A primeira operação, com 25 contêineres, foi feita no início de outubro para a fabricante de papel Cocelpa, de Araucária (PR). A ALL já transportava por via férrea madeiras das fazendas para a fabricação de papel, mas as bobinas eram levadas de caminhão até o porto de Paranaguá. Agora elas podem ir por rodovia até o terminal da ALL em Araucária e, de lá, os contêineres com as bobinas podem ser colocados em vagões plataforma para seguir viagem até o porto para embarque para o exterior.
O gerente de logística da Cocelpa, Edoardo de Pauli, contou que o custo do transporte desses 25 contêineres ficou 12% menor por ferrovia. A empresa produz 6 mil toneladas de bobinas de papel mensalmente e 40% disso é enviado para a África e Europa. Ao todo ela movimenta 90 contêineres por mês. `A primeira experiência foi boa e a intenção é aumentar o transporte por ferrovia`, disse o executivo.
As negociações para a construção desses desvios são antigas. Marcelo Marder, diretor comercial do TCP, informou que elas começaram em 1999 e foram concluídas em julho, quando ficou decidido que as partes envolvidas fariam investimentos para viabilizar a parceria. No desvio de Paranaguá, de 500 metros, foram investidos R$ 500 mil. No porto do Rio Grande foram cerca de R$ 200 mil e a movimentação de trens no local deve ser iniciada nos próximos dias.
O diretor de produtos industrializadas do ALL, Paulo Basílio, que assumiu o cargo em agosto, disse que pretende transportar 30% dos contêineres do TCP, seja com madeira, móveis, algodão, frango ou outros produtos – atualmente a movimentação no terminal é de 20 mil contêineres por mês, mas os parceiros esperam incremento nesse volume com o desvio ferroviário.
Basílio afirmou que há muito a crescer nessa área. `Nossa base é pequena`, explicou. A ALL começou a operar com contêineres no ano passado, com o transporte de refrigerados para a Sadia. De acordo com o executivo, de lá para cá a movimentação cresceu 350%. `Estamos em negociação com outros clientes`, disse o executivo.
Fonte: Valor Econômico
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