Passageiros indignados pela suspensão de uma viagem de trem após um defeito incendiaram nesta terça-feira cinco vagões em Haedo, periferia oeste da capital argentina, Buenos Aires.
Segundo o site do jornal “Clarín”, um grupo de manifestantes saqueou várias lojas no local. Ao menos 13 pessoas ficaram feridas.
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O episódio aconteceu em Haedo, por onde passa a ferrovia Sarmiento, que liga Buenos Aires com a periferia oeste. Grupos de passageiros também roubaram as janelas de alumínio dos vagões incendiados, cabos de cobre do sistema de sinalização, e moedas de máquinas de venda de bilhetes. Jornalistas que cobriam o episódio foram assaltados, diz o “Clarín”.
Entre os feridos há seis policiais –inclusive o próprio chefe de polícia do departamento de Morón. Há também bombeiros e passageiros, informou a agência de notícias argentina DyN.
Segundo o “Clarín”, tudo começou com o cancelamento de viagem de um trem, às 8h30 (9h30 de Brasília), quando um dos veículos que iria de Moreno a Once teve que interromper a viagem por problemas técnicos. Funcionários do local pediram então que os passageiros deixassem o trem, mas um grupo de pessoas começou a jogar pedras nas composições, e duas foram incendiadas logo em seguida.
“Nossa equipe de segurança não pôde conter o protesto”, disse o chefe do setor de imprensa da empresa Trens de Buenos Aires, Gustavo Gago, responsável pelo trem incendiado.
Minutos depois, a polícia chegou ao local. Os manifestantes mais exaltados foram reprimidos com balas de borracha e gás lacrimogêneo, de acordo com a rede de TV argentina Todo Noticias. A violência se estendeu à região em torno da estação, onde foram registrados saques e apedrejamentos de janelas e vitrines das loja. Um veículo da polícia também chegou a ser incendiado.
O tumulto saiu do controle até mesmo dos próprios policiais, e manifestantes interromperam o trânsito em ruas distantes dez quadras da estação. O serviço de trens foi suspenso.
Logo depois, o sindicato que agrupa os maquinistas argentinos anunciou a interrupção dos serviços na linha Sarmiento, devido à falta de segurança. “Aqui há um fato gravíssimo (…) há milhões de dólares queimando”, afirmou o porta-voz do grupo, Horacio Caminos.
Não é a primeira vez que o cancelamento de uma viagem gera o caso na linha Sarmiento. Em maio passado, passageiros enfurecidos queimaram quatro vagões em Castelar, depois que o serviço de trens foi interrompido devido a um acidente.
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