Locomotivas da “família” GE C 21, com 2,1 mil hp de potência e 12 cilindros
A General Electric Rail (divisão ferroviária da GE) vai transformar sua unidade industrial em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, em plataforma de exportação de locomotivas de última geração. As locomotivas serão inteiramente produzidas em Contagem, com exceção do motor a diesel, que será fornecido pela matriz americana da GE. Uma curiosidade: os blocos dos motores são produzidos em Vespasiano (MG).
Desde ontem, seis locomotivas da “família” GE C 21, com 2,1 mil hp de potência e 12 cilindros, estão sendo embarcadas para a Colômbia, onde foram adquiridas por uma empresa de produção de carvão mineral. Já há encomendas da África do Sul e Jordânia, países para onde serão vendidas mais de uma dezena de locomotivas. Outras quatro terão, como destino, o mercado interno. Pela previsão da empresa, até 2007 cerca de 30 locomotivas serão exportadas, ao preço médio de US$ 2 milhões cada. O faturamento da GE mundial ronda a casa dos US$ 160 bilhões.
A mudança é estratégica para a empresa. Até então, 55% das operações da unidade de Contagem eram voltadas para fabricação de locomotivas. Os outros 45% eram reservados à manutenção e reformas de locomotivas usadas. “A partir de 2006, 75% da unidade será dedicada à fabricação de novas locomotivas e apenas 25% para reparos e manutenção”, diz Fábio Schettino, diretor financeiro da GE Rail. Para isso, a área da fábrica será praticamente duplicada. A mudança vai gerar boas notícias também na área de emprego: a GE Rail já contratou cerca de 100 novos empregados em 2005 e pretende contratar mais 100 em 2006. Hoje, a empresa possui cerca de 500 funcionários.
INJEÇÃO ELETRÔNICA A “família” GE C 21 é altamente sofisticada do ponto de vista tecnológico. Possui injeção eletrônica e tem toda sua operação comandada por microcomputadores – que controlam, inclusive, a aderência das rodas nos trilhos. Além disso, é capaz de tracionar 40% mais carga que outras locomotivas. “Na Colômbia, por exemplo, a empresa compradora usa hoje três locomotivas para puxar 100 vagões de carvão, com cada um pesando 100 toneladas. Agora, vão puxar os mesmos 100 vagões com apenas duas locomotivas GE”, diz Eduardo Moreira, gerente de marketing e produtos da GE Rail.
O mercado mundial de ferrovias encontra-se num momento de forte demanda. A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), por exemplo, dona da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), Ferrovia Carajás e Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), está importando dezenas de locomotivas novas da matriz americana da GE. Outras empresas, como a MRS, pretendem adquirir cerca de 150 locomotivas nos próximos cinco anos. Juntas, Vale e MRS respondem por mais de 50% das recentas da GE Rail. Para as empresas brasileiras, que fazem caixa em real – e não em dólar – reformar locomotivas é quase 30% mais barato que adquirir máquinas novas.
O tamanho do mercado ferroviário brasileiro trará ao Brasil, na próxima semana, o presidente mundial da GE, Jeff Innelt. O executivo terá um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para falar nos novos investimentos da empresa. Hoje, apenas duas empresas fabricam locomotivas de carga no mundo: a GE e a GM, ambas americanas.
Revitalização de ferrovias exige US$ 1 bi
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Um bilhão de dólares. Esse é o valor, na avaliação de especialistas, que seria necessário para revitalizar o parque ferroviário brasileiro, hoje dividido entre Vale do Rio Doce, MRS (onde a Vale também detém participação), ALL, Brasil Ferrovias e CFN. “Governo, concessionárias e fabricantes têm se reunido com frequência para viabilizar o setor”, garante Eduardo Moreira, gerente de marketing e produtos da GE Rail. “O diálogo já está consolidado”, diz.
Algumas diretrizes já foram definidas. A GE, por exemplo, comprometeu-se a duplicar sua fábrica de locomotivas em Contagem – e fará isso em 2006. Os clientes te
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