Samba em festa mesmo com chuva

A comemoração do Dia Nacional do Samba levou ontem à Central do Brasil 32 grupos, com mais de 100 músicos, e cerca de 20 mil amantes do gênero. Logo que o evento começou, no entanto, o locutor aproveitou para explicar à platéia: a chuva não tinha sido convidada, mas se fez presente. Com uma hora de atraso, às 17h30, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, subiu ao palco para levantar a platéia, que aguardava, molhada, o início dos trabalhos. E fez sua parte: entrou no palco cantando Chove chuva, de Jorge Ben Jor, e saiu, debaixo de aplausos, cantando Aquele abraço, de lavra própria.
Daí em diante, o público só queria ouvir samba e pagode, desde que fosse de boa qualidade. Dorina, Tantinho da Magueira, Monarco e a Velha Guarda da Portela, Noca da Portela e Délcio Carvalho eram alguns da infindável lista de artistas. Lembrando as tão faladas raízes do samba, ninguém melhor do que Vó Maria, viúva de Donga, que aos 95 anos abriu a noite cantando o samba de seu marido Pelo Telefone, considerado o primeiro a ser gravado na história, em 1917.
– Estou emocionada. O Donga estaria realizado porque veria que o samba não morreu. Ele temia muito que isso acontecesse – comentou.
No dia 26 de novembro, a Unesco considerou o Samba Patrimônio da Humanidade. O grande realizador do evento, o compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz, estava feliz com a presença das pessoas mesmo diante da forte chuva e lembrou a importância de se cultivar a música brasileira em eventos como esse.
– O samba é um bem imaterial que só vai ser eternizado a medida que mais fizermos rodas como essas – analisou.
O ministro Gilberto Gil completou:
– A importância é que esta é uma manifestação do povo e de sua forma de ver o mundo, seus valores – afirmou.
O ministro, no entanto, recebeu algumas vaias quando disse que o samba tinha como origem a Bahia, dando a entender que o Rio de Janeiro o teria apenas desenvolvido.
A festa tinha uma particularidade. Em vez de dar lugar às estrelas, eram os compositores de grandes sambas, mas muitas vezes anônimos, que se apresentavam. Xangô da Mangueira, aos 82 anos, considerou o evento uma retribuição de tudo o que os grandes compositores de samba, entre eles Cartola, cuja morte fez 25 anos na última quarta-feira:
– Este é um dia maravilhoso e de honra para o samba, que ganhou um dia de festa. Tudo o que os antigos plantaram nós estamos colhendo.
Um dos produtores do evento, Marizonho Lago, sentenciou o sucesso da festa:
– Quem tem medo de chuva é rico, povo não tem medo.
Às 19h30, os trens partiram para Oswaldo Cruz, onde a festa varou a madrugada.

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Fonte: Jornal do Brasil

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