“A instalação de um terceiro trilho é uma questão superada, porque a alegação (da MRS) é que os trens da FCA seriam menores do que os que trafegam atualmente naquele trecho. Mas no ponto de intercâmbio é possível formar trens de mesmo tamanho, praticamente equivalentes”, afirmou Mauro Dias, presidente da FCA e diretor de Comercialização de Logística da CVRD em entrevista concedida durante almoço de confraternização com a imprensa. Na avaliação do executivo, o projeto de implantação de um terceiro trilho em bitola métrica na bitola larga da MRS entre os municípios de Barra Mansa e Sepetiba (RJ) não deverá comprometer a capacidade de transporte da MRS.
“Se eu descer com um trem menor por causa da redução de velocidade em um trecho de serra, não quer dizer que chegando na linha da MRS eu não possa juntar esses vários trens pequenos e fazer um trem maior”, disse. Em relação à alegação da MRS de que a velocidade seria substancialmente reduzida acarretando prejuízo à operação, Mauro Dias explicou que não é do interesse da Vale criar dificuldades para o seu negócio principal, visto que a mineradora é a maior usuária do trecho em questão (a produção de minério de ferro da Ferteco é transportada para o Porto de Sepetiba nos trens da MRS).
A solução encontrada pela FCA para viabilizar o transporte de grãos até o Porto de Sepetiba foi o uso de caminhões. A soja será transportada pela malha da FCA da região Centro-Oeste para Rio Claro, no Estado do Rio de Janeiro, de onde seguirá de caminhão para o Porto de Sepetiba, num trajeto de 110 km. A capacidade de armazenagem no silo a ser construído em Sepetiba será de 100 mil toneladas e os investimentos da ordem de R$ 100 milhões.
“Vamos iniciar a construção do silo no ano que vem, mas talvez ainda não dê para pegar a safra de 2006”, disse ele. Em 2005, a Vale deve movimentar cerca de 6 milhões de toneladas de soja, volume equivalente a cerca de 18% da safra. Em 2004, a participação foi de 15,5%.
Engenheiro mecânico e economista, formado pela Universidade Federal do Espírito Santo e MBA pela UCLA (Los Angeles), Mauro Dias ingressou na CVRD em 1985, tendo ocupado várias posições nas áreas de Logística e Planejamento Estratégico. Em janeiro de 2002, assumiu a diretoria Comercial de Logística da CVRD. Em janeiro de 2003, assumiu a presidência da Ferrovia Centro-Atlântica.
RF — Qual a previsão de resultado na FCA este ano?
Mauro Dias — No geral a performance da ferrovia tem sido melhor do que no ano passado. A produção vai crescer bastante, nós vamos ganhar market share. A Vale deve movimentar, em 2005, cerca de 6 milhões de toneladas de soja, volume equivalente a cerca de 18% da safra. Em 2004, a participação foi de 15,5%. Só pela Estrada de Ferro Carajás (EFC), o volume deve crescer quase 50%. A construção de um terminal para exportação de grãos, em Sepetiba, no litoral sul do Rio, deve acrescentar mais dois milhões de toneladas ao ano às operações de soja da Vale.
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RF — Como será a operação?
Mauro Dias — A soja vem da região Centro-Oeste para Rio Claro, no Estado do Rio de Janeiro, de onde seguirá de caminhão para o Porto de Sepetiba, num trajeto de 110 km. Vamos iniciar a construção do silo no ano que vem, mas talvez ainda não dê para pegar a safra do ano. A idéia é utilizar o mesmo berço do miné
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