As indústrias do Sul de Santa Catarina terão a partir de março um terminal multimodal para escoar suas exportações de trem da cidade de Criciúma até o Porto de Imbituba. O Criciúma Terminal Intermodal terá inicialmente 1.500 metros quadrados de área coberta e está sendo construído em sociedade pela Transervice e pela Transferro, esta última pertencente à Ferrovia Tereza Cristina (FTC), dona dos mais de 100 quilômetros de trilhos que ligam a principal cidade do sul catarinense ao único porto da região.
De acordo com o gerente comercial da FTC, Carlos Augusto Menezes, o investimento total no terminal deve chegar a R$ 1,5 milhão. A princípio a área não será alfandegada, mas a intenção é atingir esse status na medida em que a demanda crescer e exigir essa evolução. A coordenadora de logística para exportação da cerâmica Eliane, Dora Mendes Silva, disse que a principal vantagem de terminal multimodal próximo às industrias seria uma maior redução de custos na armazenagem e transporte. Para ela, os ganhos serão maiores se o terminal for alfandegado, pois irá certamente agilizar a liberação das cargas pela Receita Federal, além de possibilitar que as indústrias acompanhem de perto o processo.
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O objetivo o empreendimento é, segundo Menezes, proporcionar ao exportador mais agilidade e economia nessa logística, e assim atrair um volume maior de cargas para serem transportadas pela ferrovia até Imbituba. Ele ressaltou, no entanto, que isso só ocorrerá se a oferta de linhas marítimas no porto também crescer, para que esse aumento nas mercadorias tenha vazão. “Estamos investindo para ver o que dá, é uma aposta nossa de que, com uma melhor infra-estrutura logística na região, a administração do porto consiga atrair mais armadores para Imbituba”, afirmou.
A coordenadora de logística para exportação da cerâmica Eliane, Dora Mendes Silva, também destacou a falta de opções de serviços marítimos como o principal impeditivo para uma utilização maior do porto. “Os exportadores vão onde os navios estão, não há como fugir dessa realidade. A logística por Imbituba é bem mais barata, damos preferência para embarcar aqui”, afirmou.
No entanto, disse a executiva, a maior parte das exportações da empresa vai de caminhão até Itajaí, que fica a 270 quilômetros da região de Criciúma, enquanto Imbituba está a 100 quilômetros, e o trecho é feito pela ferrovia, modal mais prático e econômico. Para Dora, o principal motivo para o baixo interesse das companhias marítimas em Imbituba é a falta de infra-estrutura do porto, principalmente na questão de equipamentos. “Os armadores querem fazer uma operação ágil, ter uma janela de atracação garantida e fazer os embarques e desembarques rapidamente para seguirem viagem. Infelizmente, Imbituba ainda não oferece essa condição como os terminais vizinhos”, afirmou.
O porto da região Sul de Santa Catarina tem hoje quatro serviços permanentes, para o Chile e Equador, Conosur (que cobre toda a costa oeste da América do Sul), o Golfo do México e a Europa. Segundo o administrador da Companhia Docas de Imbituba, Jeziel Pamato de Souza, já está em negociação com um grande armador uma nova linha para a Costa Leste dos Estados Unidos, que deve iniciar até março ou abril. A grande expectativa da administração do porto hoje é em relação à licitação para a construção de um terminal de carga geral, cujo vencedor será anunciado no dia 27 de janeiro.
Além disso, a Libra Terminais, que iniciou a operação de contêineres no porto na metade de 2005, está concluindo as obras do seu armazém de 40 mil metros quadrados. A empresa comprou também um novo guindaste MHC, que vai entrar em funcionamento entre o final de fevereiro e o início de março e dar mais agilidade às operações de contêineres em Imbituba, que hoje são feitas com um único equipamento. Para Souza, esses investimentos de US$ 7 milhões da Libra, aliados ao novo terminal de carga geral, serão “importantes para melhorar a estrutu
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