Randon amplia capacidade de produção

Dentro de poucos meses a Divisão Implementos do grupo Randon, de Caxias do Sul (RS) deverá atingir a capacidade de produção 2,5 mil vagões ferroviários anuais, fruto de investimentos de R$ 4 milhões realizados no biênio 2004/2005 e mais R$ 8 milhões no decorrer deste ano que serão aplicados, basicamente, em processos de fabricação, montagem, pintura, e, principalmente, Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). O objetivo, desde já, é prospectar oportunidades de negócios no mercado, diz o diretor industrial e de tecnologia da empresa, Celso Luís Santa Catarina.

Até o momento, a Divisão Implementos da Randon trabalha com a expectativa de fechar 2006 com a produção de mil unidades de vagões ferroviários, dos quais 800 serão graneleiros e 200 unidades para transportes de líquidos. Esse volume se confirmado será o dobro do fabricado em 2005. `No ano passado fazíamos dois vagões/dia, hoje estamos produzindo seis vagões/dia e com os investimentos teremos capacidade de passar para 10 unidades diárias`, informa o executivo.

Demando do mercado

Considerando que a expectativa de demanda do mercado para este ano é de cerca de cinco mil unidades, a Randon deverá encerrar o exercício com 20% de participação. As oportunidades de negócio, segundo ele, serão puxadas pela Vale do Rio Doce, para transporte de minério de ferro, pelo crescimento do transporte de granéis, em função do crescimento do setor agrícola, e, em terceiro lugar, pelo aumento do transporte de líquidos, como óleos vegetais. `O Brasil é o maior produtor de álcool e nosso potencial de exportação é, igualmente, grande. Percebemos aí chances de crescimento`, comenta Santa Catarina.

Desde que iniciou no segmento ferroviário, a Divisão Implementos já vendeu um total de 1,2 mil unidades, das quais 700 já foram entregues. Até o final do primeiro semestre serão concluídas as demais entregas. `Além de vagões para transporte de granéis e de líquidos, estamos trabalhando no processo de desenvolvimento de um produto para o transporte de minério de ferro e de um vagão plataforma, para diversas aplicações`, adianta o diretor industrial e de tecnologia da Randon Implementos.

`Um dos diferenciais da Randon é ter a oportunidade de migrar a bagagem de conhecimento e tecnologia adquirida ao longo de mais de 50 anos na produção de equipamentos para o transporte de carga rodoviária para o ferroviária`, diz Santa Catarina, lembrando que em 2005, o segmento ferroviário contribuiu com 10% das receitas da Divisão Implementos (os números não estão fechados, mas a previsão da diretoria é obter receitas pouco acima de R$ 900 milhões no ano passado). A previsão é dobrar a participação para 20% no faturamento neste ano.

A ALL (América Latina Logística), maior operadora logística com base ferroviária da América Latina, que começou em 2004 parcerias com clientes para reforma e aquisição de vagões, também percebe o aquecimento do segmento ferroviário para transporte de cargas. `A demanda está aquecida`, diz o gerente financeiro, Carlos Augusto Moreira, estimando entre 1 e 1,2 mil unidades o crescimento médio anual de novos vagões para os próximos cinco anos na sua empresa. Ele acredita que o mercado de vagões ferroviários deve crescer um pouco acima das cinco mil unidades de 2005.

De acordo com Moreira, os novos são comprados por meio de uma espécie de leasing – na verdade a MRC (empresa do grupo Mitsui) compra o vagão, repassa o aluguel para o cliente da ALL, que recebe da operadora um desconto de frete num valor equivalente.

`No final do contrato, de dez anos, por exemplo, o vagão fica com a companhia`, diz Moreira. O `conceito` deste tipo de parceria é que não só a ALL consegue um financiador para aquisição de material rodante, como garante a carga a longo prazo.

Se, por exemplo, a ALL tivesse de financiar esses vagões, poderia correr o risco de perder o investimento – esta garantia, este contrato de carga atrelado ao financiamento de v

Fonte: Gazeta Mercantil