Dinheiro novo
Vagões do tipo tanque autoportante, “leasadas” pela MRC à Bunge e operados pela ALL
Gestores apostam em projetos da ferrovia para rentabilizar private equities de infra-estrutura.
Por Rodrigo Carro, especial para Revista Ferroviária
Onde muitos vêem deficiências de infraestrutura, outros enxergam oportunidades de negócios rentáveis. Os gargalos existentes no Brasil em áreas como transporte ferroviário, energia e saneamento, entre outras, têm despertado o interesse dos fundos de private equity – carteiras que adquirem articipações em empresas – por projetos em segmentos vitais da economia nacional. Desde 2004, cerca de R$ 3 bilhões foram captados para investimentos no setor de infra-estrutura e, num prazo de até três anos, este total poderá chegar a R$ 6 bilhões. As estimativas da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCap) ainda não são oficiais, mas comprovam uma tendência.
“Em 2004, na minha posse, já se dizia que o setor de infra-estrutura estaria no foco dos fundos de private equity ao longo dos próximos anos”, lembra Álvaro Gonçalves, presidente da associação. Sócio do banco de negócios Stratus, Gonçalves aposta nessa tendência. A partir de uma joint venture com a americana Darby (divisão da gestora de recursos Franklin Templeton Investments), o Stratus criou o fundo Darby Brasil, em fase de captação de recursos. “Pretendemos captar R$ 400 milhões. Nosso foco serão os investimentos em transporte, teremos pelo menos um projeto na área de ferrovias”, adianta Gonçalves.
O interesse pelo segmento de logística e mais especificamente pelo transporte ferroviário também está presente no fundo que a gestora de recursos Angra Partners montou em parceria com o grupo Andrade Gutierrez. O fundo está em fase final de estruturação, processo que deverá terminar em 60 dias, no máximo. “Nosso objetivo é captar aproximadamente R$ 600 milhões”, informa Pedro Paulo Campos, sócio-diretor da Angra Partners. Entre as áreas prioritárias de atuação do fundo, Campos destaca as de transporte e logística.
“Consideramos importante também o setor de transporte ferroviário”, frisa ele, acrescentando que o prazo previsto para maturação dos investimentos deverá ser de dez anos.
Material rodante
Conhecida dentro do segmento de transporte ferroviário por sua participação na América Latina Logística (ALL), a gestora de recursos GP Investimentos foi responsável pela modelagem do Fundo Logística Brasil. À frente da iniciativa estão três investidores institucionais de peso: a Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal), a Previ (dos servidores do Banco do Brasil) e a Petros (da Petrobras). Embora o fundo não se destine exclusivamente a projetos ferroviários, os três pesos-pesados pretendem direcionar uma fatia generosa dos investimentos do Logística Brasil para a compra de material rodante, que será alugado.
“Em fevereiro, a Funcef aprovou um investimento de até R$ 80 milhões no Fundo Logística Brasil”, conta Carlos Alberto Rosa, coordenador de Participações da Funcef. A meta é capitalizar o fundo – que já conta com a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – com R$ 600 milhões. Mas, a partir do momento em que atingir o patamar de R$ 400 milhões, o Logística Brasil começará a desembolsar recursos. A julgar pelo interesse da Previ e da Petros, o fundo deve sair do papel em breve. Segundo Rosa, ambos os investidores institucionais estão prestes a da
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