O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está estudando a retirada do investimento aplicado na reestruturação da Brasil Ferrovias, para venda de parte do capital que detém da empresa, junto com os sócios majoritários, que são os fundos de pensão do Banco do Brasil(Previ) e da Caixa Econômica Federal(Funcef). O controle equivale a 50% do capital ordinário, com direito a voto, mais uma ação.
O vice-presidente do BNDES, Demian Fiocca, informou hoje à Agência Brasil que a instituição só tomará um posicionamento definitivo a respeito da operação, entretanto, quando as propostas dos investidores interessados forem recebidas pelos fundos de pensão que controlam a empresa. “Nós estamos acompanhando e só quando conhecermos mais as propostas é que vamos nos posicionar”, afirmou Fiocca.
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O executivo do BNDES explicou que o assunto vem sendo estudado já há algum tempo pela instituição. Não existe também, assegurou Fiocca, nenhum compromisso formal de venda embutido no acordo de reestruturação da Brasil Ferrovias, firmado em 2005. “Mas vinha sendo discutido como possibilidade, desde então”, informou.
A Brasil Ferrovias foi criada em 4 de março de 2002, integrando três concessões ferroviárias: a Ferronorte, a Ferroban e a Novoeste. Em agosto de 2005, visando dar mais foco às suas operações, estas concessões foram estruturadas em dois sistemas: o Sistema Bitola Larga, composto pela Ferronorte e bitola larga da Ferroban, constituído na Brasil Ferrovias; e o Sistema Bitola Métrica, através da incorporação da bitola métrica da Ferroban na Novoeste, formando a Novoeste Brasil.
A dívida da empresa junto ao BNDES alcançava, nessa ocasião, R$ 1,5 bilhão, valor que permanece atualmente, disse Demian Fiocca. Ele explicou que a companhia vem efetuando regularmente o pagamento dos juros. “A dívida está regularizada, não há nenhuma inadimplência”, afiançou.
Com o processo de reestruturação da empresa, efetuado no ano passado, parte dessa dívida foi convertida em capital (R$ 265 milhões), sendo concedido pelo banco novo financiamento no mesmo valor (R$ 265 milhões). Os fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ) e da Caixa Econômica Federal (Funcef), sócios da companhia, aportaram R$ 320 milhões, aos quais se somaram outros R$ 150 milhões do BNDES, o que representou R$ 470 milhões em dinheiro novo.
A assessoria de imprensa do BNDES informou que em janeiro de 2006, o BNDES realizou novo aporte de recursos, no montante de R$ 114 milhões na Brasil Ferrovias, enquanto Previ e Funcef investiram mais R$ 160 milhões. Com isso, o BNDES passou a ser sócio, detendo 46,6% do capital total da empresa. Junto com os fundos, o banco detém 95% do capital da Brasil Ferrovias.
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