A Vale do Rio Doce anunciou ontem lucro líquido de R$ 10,44 bilhões em 2005. O resultado foi 61,7% acima do de 2004, quando a empresa ganhou R$ 6,45 bilhões. No ano passado, a Vale completou o terceiro ano seguido de recordes operacionais e financeiros. No quarto trimestre, a mineradora obteve lucro de R$ 2,6 bilhões, superior aos R$ 1,52 bilhão de igual trimestre do ano anterior.
Segundo a consultoria Economática, o lucro da Vale, convertido em dólar de 31 de dezembro de 2005, representa US$ 4,46 bilhões, o maior já registrado na história por uma empresa não estatal de capital aberto da América Latina.
A receita bruta da mineradora também foi recorde, totalizando R$ 35,4 bilhões, 21,8% superior à de 2004. A geração de caixa medida pelo Lajida (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) foi de R$ 16,7 bilhões e o retorno sobre o patrimônio líquido alcançou 44,6%.
O excelente resultado da companhia foi impulsionado pela alta do minério de ferro, que variou de 71,5% (minério tipo fino) a 86% (pelotas de ferro) no ano passado e por aumento nos volumes embarcados. No período, a mineradora vendeu 252,2 milhões de toneladas de minério e pelotas, 5,6 milhões de bauxita, 1,7 milhão de alumina, 498 mil de alumínio e 1,2 milhão de toneladas de caulim. Todos estes números foram recordes históricos na companhia.
As vendas de minério de ferro, carro-chefe no portfólio da Vale, responderam por 70,3% da receita. Os 30% restante foram completados por produtos da cadeia de alumínio, com 10,9%; logística, 9,3%; minerais não ferrosos, 4,9%; e siderúrgicos, 4,3%. As exportações alcançaram US$ 7,02 bilhões – 26,9% a mais que em 2004.
As exportações líquidas da companhia, segundo o balanço divulgado, – exportações menos importações – somaram US$ 6,33 bilhões, com alta de 37% sobre o ano anterior. Sua contribuição para a balança comercial do país foi de 14,1% do saldo comercial, de US$ 44,8 bilhões no ano.
A China comprou da Vale 56,5 milhões de toneladas de minério de ferro no ano, o que representou 22,4% do total das suas vendas do produto. O país foi seu maior cliente. O Japão adquiriu 25,25 milhões de toneladas ou 10% do total; a Alemanha, 24,5 milhões, o correspondente a 9,7%. Outros grandes compradores foram a França, com 4,7%, a Coréia do Sul, com 4,2%, e a Itália, com 3,9%.
No ano, a Vale investiu US$ 4,2 bilhões, dos quais US$ 2,6 bilhões em expansão orgânica, US$ 757 milhões na sustentação das operações existentes e US$ 800 milhões em aquisições (mina de níquel de Onça Puma, no Pará, da canadense Canico).
No ano passado, a Vale distribuiu R$ 3,1 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio a seus acionistas – R$ 2,68 por ação. Em US Gaap, conforme as normas contábeis do órgão americano (SEC), o lucro da Vale foi de US$ 4,8 bilhões, ou US$ 4,20 por ação.
Fonte: Valor Econômico — Vera Saavedra Durão Do Rio
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