As exportações líquidas (exportações menos importações) da Companhia da Vale do Rio Doce (CVRD) atingiram US$ 2,054 bilhões no primeiro trimestre desse ano – 87,6% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Com isso, a contribuição da CVDR para o saldo da balança comercial brasileira se ampliou de 14% nos últimos dois anos para 22% do superávit no primeiro trimestre de 2006. (US$ 9,341 bilhões). Os números tornam a Companhia a maior exportadora líquida do país.
Também nos primeiros três meses desse ano em relação a 2005, a receita bruta da Vale do Rio Doce cresceu 17,4% e chegou R$ 8,281 bilhões, enquanto que o lucro líquido da empresa aumentou 35,3% e atingiu R$ 2,185 bilhões.
A Vale realizou investimentos no valor de US$ 1,126 bilhão nesse primeiro trimestre, sendo US$ 843 milhões em crescimento orgânico, US$ 236 milhões na sustentação das operações existentes e US$ 47 milhões em aquisições. Para o ano de 2006, a Companhia prevê investimentos totais de US$ 4,6 bilhões.
De acordo com o diretor de Assuntos Corporativos da Vale, Tito Martins, os indicadores, tanto de dívida quanto de liquidez, da empresa nunca estiveram tão bem. “Estamos numa situação bastante confortável nesse sentido e atingimos valores recordes nesse primeiro trimestre de 2006”, acrescentou o diretor.
As informações referentes aos resultados da Vale para o começo desse ano foram divulgadas em conferência online, nesta quinta-feira (11/05). Durante a conferência, Martins comentou também que a maior operadora de logística do Brasil não encarou a recente compra da Brasil Ferrovias pela América Latina Logística (ALL) como o surgimento de um concorrente que represente ameaça ao desempenho do braço logístico da Vale.
Com a compra da Brasil Ferrovias, a ALL se tornou a maior operadora de ferrovias da América Latina. “Analisamos isso de modo muito positivo. Temos um relacionamento muito bom e somos parceiros no desafio de crescer a malha ferroviária. Quanto melhor a performance das ferrovias no país, melhor para todos nós”, disse Martins.
A ALL surgiu da compra da Malha Sul da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) em 1997 que abrangia, na época, mais de 6,5 mil quilômetros de ferrovia. Na última quarta-feira (10/05), a ALL assinou o contrato de compra das três concessões ferroviárias que integram a Brasil Ferrovias, pelo valor de R$ 1,4 bilhão. Com isso, transformou-se na maior ferrovia da América Latina, com 21 mil km de extensão e abrangência sobre as regiões Centro-Oeste, Sudeste, Sul e parte da Argentina, bem como acesso a vários dos principais portos brasileiros.
BRAÇO LOGÍSTICO – Além de ser líder mundial no mercado de minério de ferro e pelotas, a Companhia Vale do Rio Doce é maior operadora logística do Brasil. Atualmente, a empresa é responsável por 16% da movimentação de cargas do Brasil, cerca de 60% da movimentação portuária de granéis sólidos e aproximadamente 40% da movimentação do comércio exterior nacional.
A Vale do Rio Doce possui uma malha ferroviária com 9.306 quilômetros, além de dez terminais portuários próprios. Desde o ano 2000, a Companhia mantém expressiva taxa de crescimento anual (acima de 9%) na movimentação de cargas de terceiros, um índice bastante superior ao crescimento do PIB nacional. Em 2004, investiu US$ 400 milhões em infra-estrutura logística.
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