A partir da segunda quinzena de agosto, os 500 mil usuários do metrô embarcam na era dos cartões magnéticos. Eles substituirão gradualmente, nas bilheterias das estações, os atuais tíquetes de papel, que serão extintos em novembro. Em seu lugar será criada uma linha de quatro cartões: personalizado, múltiplo, unitário e de gratuidade. Este último será validado nas estações por meio de uma catraca equipada com um aparelho de biometria, tecnologia inédita em meios de transporte no mundo e que identifica biologicamente o portador.
Os cartões de gratuidade e as catracas com validadores de biometria foram planejados para evitar possíveis fraudes. Atualmente, 20% dos usuários diários do metrô, cerca de 80 mil passageiros, como estudantes, idosos e portadores de necessidades especiais, são beneficiados pela Lei do Passe Livre. O objetivo da concessionária Metrô Rio é evitar que pessoas sem direito ao benefício tenham acesso à gratuidade.
— Vamos cadastrar esses usuários e identificá-los no cartão com foto e dados pessoais. Além disso, o cartão só passará na catraca se o aparelho de biometria reconhecer as impressões digitais do beneficiado — explica Joubert Flores, diretor de relações institucionais da concessionária.
A biometria, usada nas empresas para controle de ponto dos funcionários e acesso a áreas restritas, identifica as características físicas de cada ser humano. O sistema também é utilizado na identificação criminal e está em testes na sede do Metrô Rio, no Centro.
Joubert explica que cada estação terá ao menos uma catraca com o novo equipamento e os beneficiados serão avisados com antecedência para realizar o cadastro.
— Com o novo sistema, a passagem pela catraca de gratuidade será mais rápida, porque a pessoa não precisará mais mostrar documentos e esperar o vigilante liberar o acesso — comenta Joubert, acrescentando que a catraca de gratuidade também será liberada para os demais usuários sem o benefício.
Tecnologia ajuda a combater venda de ilegal de bilhetes – De acordo com o diretor, outra prática comum atualmente que será aniquilada com o novo sistema é a venda superfaturada de bilhetes válidos para a integração metrô-ônibus.
— Se hoje em dia alguém comprar um bilhete de integração fora da bilheteria do metrô por preço inferior e a tarja estiver desmagnetizada, não temos como garantir a viagem nem devolver o dinheiro — explica ele.
O cartão personalizado será vitalício e terá impresso no verso a fotografia e os dados pessoais do usuário, que terá a opção de fazer um seguro contra roubo no valor de R$ 1,50. A recarga poderá ser feita pela internet e também por débito no cartão de crédito, evitando-se as filas nas bilheterias. Além disso, todas as viagens ficarão acumuladas num sistema de milhagem e darão direito a passagens gratuitas nos fins de semana e a descontos especiais em futuras parcerias da concessionária com empresas de alimentação e entretenimento.
— O cartão personalizado permite que o sistema identifique os clientes fiéis, que viajam todos os dias. Dessa maneira, poderemos oferecer viagens gratuitas para premiar essa fidelidade. Hoje, o nosso equipamento não tem como identificar os passageiros — acrescenta Joubert.
De acordo com ele, o metrô do Rio será o primeiro do mundo a oferecer cartões magnéticos para todos os perfis de usuários:
— Os sistemas de metrô de Paris e de Santiago, no Chile, já usam cartões eletrônicos para múltiplas viagens. Mas se o passageiro comprar apenas a viagem unitária, o bilhete ainda é o de papel, porque o custo é alto.
Mas as mudanças, segundo Joubert, serão graduais para que os usuários tenham tempo de realizar a troca e não percam os antigos bilhetes de papel que ainda possuírem.
— Até o fim de agosto já estaremos em condições de implementar os novos cartões em todas as estações das Linhas 1 e 2 simultaneamente. Mas vamos manter os bilhetes de papel até no
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