Foi lançada nesta sexta-feira (dia), no Rio de Janeiro, a pedra fundamental da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) — que tem como controlador o grupo alemão ThyssenKrupp, com 90% de participação, e a CVRD, com 10%. A capacidade de produção será de cinco milhões de toneladas/ano de placas de aço destinadas ao mercado internacional. A escolha do Rio de Janeiro (o distrito industrial de Santa Cruz), segundo o presidente do Conselho da ThyssenKrupp CSA, Hans-Ulrich Lindenberg, se deveu às vantagens logísticas baseadas na possibilidade de uso da malha ferroviária e no acesso direto ao oceano atlântico.
“A logística de transporte para o recebimento da matéria prima e o escoamento da produção será bastante competitiva, visto que os insumos básicos, como o minério de ferro e calcário destinados à fabricação das placas de aço, serão 100% transportados via ferrovia”, disse. O início da produção está previsto para março de 2009 e o investimento de 3 bilhões de euros inclui, entre outros, instalações portuárias, usina de força, coqueria e dois altos fornos.
A CVRD será a responsável pelo fornecimento de minério de ferro e calcário (que virão das minas da MBR) e a MRS será a operadora encarregada de realizar o transporte da matéria-prima até o pátio da CSA. “A localização costeira da usina nos permite também o abastecimento dos insumos pela via marítima, que poderá acontecer através do embarque do minério nos portos de Itaqui (MA) e de Tubarão (ES)”, disse o diretor executivo de Ferrosos da CVRD, José Carlos Martins. O escoamento da produção será realizado através de uma correia transportadora que levará as placas de aço até o terminal portuário a ser construído ao lado das instalações.
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A demanda por minério de ferro e calcário da CSA representará um acréscimo de oito a nove milhões de toneladas/ano no volume de transporte da MRS, informou o presidente da companhia, Julio Fontana Neto. Segundo ele, as negociações entre a operadora e a MBR estão bastante adiantadas, faltando apenas o alinhamento de alguns detalhes e trâmites burocráticos para o acerto da data de início do transporte.
A operadora prepara a aplicação de investimentos na melhoria da via permanente no trecho entre o terminal de carga da MBR, nas proximidades de Belo Horizonte (MG), e o pátio da CSA. “A usina também vai se beneficiar dos investimentos que realizamos atualmente, como as obras de recuperação da infra-estrutura da via e duplicação de trechos, a exemplo do ramal entre Barra do Piraí e Brisamar, no Rio de Janeiro”, disse ele.
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