Os trilhos da segunda linha férrea existente na estação ferroviária de Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande, estão sendo retirados por operários da empreiteira que presta serviço para a Nova Brasil Ferrovias. A estrada de ferro foi responsável pelo surgimento e pelo progresso do município. A atitude da concessionária revoltou o Sindicato dos Ferroviários local. O sindicalista Manoel Vieira Neto afirma que o desmanche da linha é grave porque todo o material é patrimônio público que deveria ser conservado e não sucateado, criticou.
Conforme o sindicato, a situação se torna mais grave porque os trilhos serão fixados em trechos em que a linha deteriorou-se por falta de substituição do material. Estão desmanchando aqui para colocar esses trilhos lá no Carandazal (Pantanal) que tem um dos trechos mais críticos, com grande número de acidentes por falta de conservação, assegurou Manoel, diretor regional do sindicato.
Mais de 500 metros de trilhos já estão soltos da estrutura de madeira. Talas de junção e pregos (usados na fixação dos trilhos nos dormentes) estão amontoados, prontos para serem transportados. Três gôndolas, que seriam paro o transporte do material, já estão no pátio da estação.
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Para o sindicato, a retirada da linha vai inviabilizar a remoção de dezenas de vagões e carros de passageiros que estão abandonados, há 10 anos, na área retomada pela prefeitura. No local, o município iniciou a limpeza para a construção de um centro de convenções e um centro para comercializar produtos importados. Resta saber como irão retirar os vagões uma vez que a linha foi desmanchada, questiona Manoel.
Atualmente, a estrada de ferro é administrada pela ALL (América Latina Logística). A manutenção dos trilhos é feita por empreiteiras. Restaram apenas 30 dos 430 funcionários que a Novoeste mantinha em Aquidauana, para trabalhar na via permanente da RFFSA (Rede Ferroviária Federal/SA), privatizada em 1996.
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