A Santa Fé, fábrica de vagões sediada em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ainda não completou um ano, mas já planeja novos investimentos e busca ampliar seus mercados para além das fronteiras brasileiras. De acordo com o diretor industrial da empresa, Antonio Giudice, em 2007 uma nova fábrica será inaugurada em Campinas, no interior de São Paulo, e desde já estão sendo prospectados os mercados de países da América do Sul e da África.
A companhia foi inaugurada em dezembro de 2005, começou a produzir em janeiro e prevê para este ano um faturamento de R$ 150 milhões. No início do ano, a previsão era de R$ 100 milhões. A empresa surgiu de uma parceria entre a brasileira América Latina Logística (ALL) e a indiana Besco, que transferiu à indústria gaúcha décadas de conhecimento acumulado na indústria ferroviária.
Além disso nós nos instalamos num antigo pólo do setor, onde existem profissionais com mais de 20 anos de atuação, afirmou Giudice. Então podemos dizer que a Santa Fé é uma empresa nova, mas com muita experiência, acrescentou o executivo, que participou na semana passada da feira Negócios nos Trilhos, em São Paulo.
Mas porque uma empresa da Índia, país conhecido por sua grande malha ferroviária, resolveu investir no Brasil? Basicamente porque a demanda por vagões no Brasil é grande, respondeu o diretor da Besco e vice-presidente do conselho de administração da joint-venture, o indiano Madhu Sudhan Tantia, que também esteve na mostra em São Paulo. E agora esperamos começar a vender para outros lugares na América Latina e na África, acrescentou.
Além do know-how de 40 anos na fabricação de vagões e 60 na produção de peças para a indústria ferroviária, a Besco tem experiência também no mercado externo pois vende para quase 30 países na Ásia e África, incluindo árabes como o Sudão e o Egito, além da Rússia e do Brasil. E o negócio no Brasil está indo muito bem, a empresa está crescendo, afirmou Tantia. A Besco, segundo ele, fatura US$ 90 milhões por ano e emprega 1,2 mil pessoas em Calcutá, onde fica sua sede.
Novos produtos – Para avançar no mercado interno e externo, a Santa Fé aposta em novos produtos. A fábrica de Campinas vai produzir vagões para uso em linhas de bitola larga pois a de Santa Maria só fábrica carros para bitola métrica.
A empresa começou produzindo apenas um modelo graneleiro, agora lançou um vagão multiuso, que pode transportar grãos e carga geral. Assim ele pode aproveitar o frete de retorno, disse Giudice. Ou seja, o trem pode transportar grãos na ida e outros produtos, como fertilizantes, por exemplo, na volta.
Além disso, está programado para 2007 o lançamento de vagões porta contêineres e tanques. A fábrica de Santa Maria emprega 250 pessoas e tem capacidade para produzir cinco unidades por dia.
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