No próximo ano, o Grande ABC, sem dúvida, poderá ser uma das regiões mais prejudicadas no que diz respeito a transportes. Além da redução das intervenções para a construção do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, o projeto do Orçamento de 2007, prevê redução drástica de verba destinada a investimentos à CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A região, que não possui sequer uma linha de metrô, depende do trem para ter transporte público rápido a São Paulo.
Apenas Diadema e São Bernardo – que possuem o sistema de trólebus, responsável por levar os passageiros à Capital – não têm estação da CPTM.
Neste ano, a área foi agraciada por R$ 385.084,030, reservados no Orçamento. Já para 2007, esse número encolheu bastante, passando para R$ 150.330,068. Ou seja, 60% a menos em investimentos, que incluem conforto, acessibilidade, normatização, recapacitação e modernização das estações. Somados todos os gastos (como folha de pagamento e encargos sociais, juros e encargos de dívida, outras despesas e amortização), a CPTM significará gasto de R$ 1,185 bilhão para o governo estadual.
União – Dados do site www.contasabertas.com.br revelam que a União não cumpriu obrigações de investimentos no sistema de trens urbanos de São Paulo, pelo menos neste ano. A dotação autorizada de R$ 532 mil, até agora, não teve sequer um centavo liberado.
Promessas – O governador eleito José Serra (PSDB) tem dito que as linhas de metrô e trem serão prioridade a partir do próximo ano. Por isso, pretende fechar novas PPPs (Parcerias Público Privadas) para alcançar o valor necessário de investimentos, já que o Estado não tem condições de bancar sozinho.
Por enquanto, o mais próximo que o metrô de verdade um dia poderá chegar à região também está por fazer. Trata-se da estação Tamanduateí, na divisa entre São Paulo e São Caetano – ponto final do ramal que começa na Chácara Klabin, zona nobre de São Paulo. Para acessar o sistema, os moradores de todas as cidades do Grande ABC, inclusive São Caetano, terão de viajar de ônibus, trólebus ou trem.
Por isso, há o projeto conhecido como Expresso Sudeste ou Expresso ABC, um trem de superfície, que ainda não saiu do papel, responsável por fazer o percurso entre as estações Barra Funda e Mauá da CPTM.
Por enquanto, estão previstas paradas apenas em São Caetano e Santo André, já que a implantação depende de modernização das estações; construção de duas novas vias sinalizadas e recuperação das existentes; implantação de nova sinalização e recapacitação dos sistemas de energia; e modernização e ampliação da frota.
Paralelo ao projeto, a CPTM garante que está em curso a modernização da linha Luz-Rio Grande da Serra. Cinco das dez estações da região serão adequadas na fase inicial: Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Mauá, Santo André e São Caetano, priorizadas por causa do grande fluxo de passageiros. Ficam de fora, ainda, Utinga, Prefeito Saladino, Parada Pirelli, Capuava e Guapituba. Pesquisa realizada pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) mostra que, durante a semana, quase 200 mil passageiros circulam pela linha diariamente.
Para se ter uma idéia, somente a modernização da estação Mauá custará entre R$ 18 milhões e R$ 25 milhões.
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