A Bunge decidiu aumentar sua presença no Porto de Paranaguá e comprou a Sociedade Cerealista Exportadora de Produtos Paranaenses (Soceppar). Embora o negócio não tenha sido anunciado oficialmente pelas duas empresas, a troca de comando aconteceu em novembro.
Rumores sobre a transação circulavam há cerca de um ano. Na sexta-feira, o Valor procurou a Bunge, que confirmou a aquisição e não forneceu mais detalhes. Os antigos donos da Soceppar também foram procurados e não deram retorno. O porto foi consultado e anuiu, disse o superintendente do Porto de Paranaguá, Eduardo Requião.
Com a Soceppar, a Bunge mais que triplica sua capacidade no porto paranaense. A multinacional tem no local um terminal e dois armazéns que comportam 80 mil toneladas de grãos. A Soceppar tinha um terminal e quatro armazéns, com capacidade total para 180 mil toneladas de grãos, açúcar e farelo de soja. Ela já prestava serviços para a Bunge, empresa que ampliou sua capacidade estática para 260 mil toneladas, a maior de Paranaguá.
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A Soceppar foi criada em 1945 no norte do Estado. Em 1967 foi para litoral, onde inaugurou o primeiro terminal portuário para embarque de produtos a granel. Depois fez ampliações em 1974, 1992 e 2003. Ela tinha 180 funcionários, que até agora foram mantidos pela Bunge.
A decisão da multinacional de ampliar a atuação em Paranaguá não é nova. No ano passado ela havia firmado parceria com a América Latina Logística (ALL) para a criação de uma estrutura que permitisse ao porto embarcar transgênicos e envolvia e construção de um armazém próprio para isso.
O projeto enfrentou ação judicial movida pela Soceppar, que alegava que a ALL não poderia usar o pátio de vagões para a obra e não poderia ter armazéns por questões concorrenciais – como monopolista na ferrovia, ela transferia o monopólio para a atividade. A ALL conseguiu derrubar a liminar, mas o porto foi liberado para transgênicos e não se falou mais sobre a construção desse armazém.
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