Não fossem as disputas políticas, Campos não seria hoje uma cidade sem pontes – apesar das cinco que possui sobre o Rio Paraíba. Três delas (General Dutra, Barcelos Martins e da Lapa) estão interditadas por causa da enchente e uma antiga, de ferro, foi reativada ontem. Uma quinta ponte, que começou a ser construída pela então governadora Rosinha Garotinho em 2004, ficou embargada durante oito meses pela prefeitura, que exigia um estudo de impacto ambiental, e até hoje não ficou pronta. Foi apelidada pelos campistas de Ponte da Discórdia.
A ponte polêmica foi anunciada por Rosinha no calor da campanha eleitoral mais acirrada da história de Campos, cujo resultado chegou a ser anulado. O então prefeito Arnaldo Vianna, ex-aliado e hoje adversário político do casal Garotinho, embargou a obra. Hoje, consumidos mais de R$48 milhões, falta pouco para a conclusão – o governador Sérgio Cabral prometeu entregá-la em 40 dias.
A ponte de ferro reativada ontem foi construída há cem anos e era usada pela Ferrovia Centro Atlântico. Uma locomotiva e três vagões transportarão, de cada vez, 450 pessoas de um lado para o outro. Ainda não se sabe quantas travessias, gratuitas, serão feitas por dia. A prefeitura começa hoje a improvisar estações de embarque e desembarque. Também a partir de hoje, a Ponte da Lapa será liberada ao trânsito para carros menores, obedecendo a um rodízio de placas, com finais pares e ímpares, a cada 24h. A Barcelos Martins foi liberada ontem apenas para pedestres, ciclistas e ambulâncias. A General Dutra continua fechada. O Exército estuda a construção de uma ponte metálica provisória.
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