Traçando o subterrâneo de São Paulo

O solavanco dos trens que passam pelos subterrâneos de São Paulo ainda é apenas uma expectativa para quem circula na região onde vai passar a Linha 4 – Amarela do Metrô. Enquanto o traçado é construído por baixo das principais ruas e avenidas do centro e vai até a Vila Sônia, na zona sul, na superfície a obra provoca mais transtornos do que esperanças.


Ao longo de nove meses, entrevistamos moradores e trabalhadores das cercanias de cada uma das futuras onze estações, coletamos histórias de vida e curiosidades do dia-a-dia da construção de mais uma linha do metrô paulistano. São relatos de pessoas que sofreram com rachaduras nas suas casas, trepidações, desabamentos, barulho; operários que deixaram suas famílias no Nordeste para trabalhar na metrópole, incluindo a descrição da morte de um deles.


A previsão do Consórcio Via Amarela – formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e Alstom -, é que a primeira fase da obra seja entregue à população em 2008. As primeiras estações serão Luz (com baldeação para a Linha 1 – Azul), República (interligada com a Linha 3 – Vermelha), Paulista, Pinheiros, Butantã, mais o Pátio Vila Sônia, onde ficará o estacionamento dos trens.


Ao fim da construção, em 2012, haverá a estação Vila Sônia e as regiões do Morumbi, Faria Lima, Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis também serão contempladas, fechando uma demanda estimada pelo projeto em 900 mil usuários por dia.


Serão 12,8 quilômetros de trilhos subterrâneos, além dos 60,2 quilômetros que já existem. Ainda é muito pouco perto dos 17.254 quilômetros do sistema viário da cidade. Mas certamente ajudará a desafogar o trânsito nas avenidas Rebouças e Francisco Morato. Os benefícios para o meio ambiente também são inquestionáveis. O problema é como os moradores estão sentindo o impacto das obras ao lado de suas casas, prejuízos que nem sempre são recuperados.



Trepidações
O som da música que vem do piano, numa das tantas salas da casa, não ameniza o estrondo dos caminhões que passam na rua Dr. Adolfo Melo Júnior, trazendo toneladas de material para a construção do futuro Pátio Vila Sônia, uma área de 111 mil metros quadrados – o equivalente a 27 estádios de futebol -, onde será o estacionamento dos primeiros 15 trens. Aos 74 anos, Carmem Comenale Vieira não se cansa de reclamar do barulho e das trepidações causadas pela passagem desses veículos.


E foi na portaria do canteiro da obra que a encontramos aos berros, tentando explicar para os operários que a região é moradia de muitos idosos e que as rachaduras das casas e calçadas já mobilizou a prefeitura para colocar sinalização nas ruas que proíbe a circulação dos caminhões, que têm cerca de 50 metros de extensão. Eles vêem as placas e mesmo assim não respeitam. E ainda sou destratada. Dão risadas de mim. Estou com meu marido em estado grave, com um balão de oxigênio. Ele tem problemas de coração. O mesmo acontece com a Dona Nair, esposa do meu vizinho, senhor Walter, que está doente. Ela está toda costurada, coitadinha. Não tem nem forças para falar e se segura na grade da cama quando os caminhões passam porque tudo treme.


Pelos cálculos de Carmem, ela gastou mais de R$ 500 para arrumar os estragos. Certa vez um caminhão quase entrou na sua casa porque não conseguiu fazer a curva. Além da fachada, os azulejos dos banheiros e vidros de algumas janelas também ficaram trincados. Já caiu o beiral inteirinho da minha casa, quase em cima de mim. Além da laje lá em cima, que é bem antiga e treme toda. Não posso nem pôr os vidros de perfumes em cima da cômoda porque anda tudo. E o meu gato, Miau, é o único que se diverte. Fica lá, segurando.


Carmem conta que escolheu viver na Vila Sônia, há 44 anos, por causa da tranqüilidade do lugar. Na casa, ela guarda objetos históricos que foram de Santos Dumont. São relíquias que lhe foram herdadas da tia Maria Munhoz Fasano, que

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Fonte: Estadao.com.br

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