A Transferro Operadora Multimodal anunciou nesta terça-feira que está disposta a negociar com o governo do Paraná um novo contrato de locação de locomotivas e vagões, em substituição do contrato firmado com a Ferropar, operadora responsável pela estrada de ferro de Guarapuava a Cascavel (PR), que entrou em falência em dezembro.
Contudo, a empresa entende que enquanto o compromisso com os órgãos públicos não estiver em vigor os equipamentos não podem ser usados, afirmou o advogado da empresa, João Marcelo Fernandes Mendes.
A Transferro tinha contrato de locação de 16 locomotivas, 15 vagões e outros equipamentos com a Ferropar. Com a falência, o contrato existente perde sua validade, conforme a empresa. A falência da Ferropar extinguiu a relação contratual existente e a conseqüência natural seria a imediata retomada dos vagões e locomotivas por parte da Transferro, afirmou a empresa por nota, na sexta-feira.
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Dessa forma, o Paraná retomou oficialmente o controle da ferrovia. Na segunda-feira, o presidente da Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) – uma sociedade de economia mista vinculada à Secretaria dos Transportes -, Samuel Gomes, disse que o governo prepara uma medida para assegurar a permanência da frota. Não vamos admitir que, na iminência de escoamento da safra, essa frota saia daqui, afirmou Gomes. Ele reconheceu que os equipamentos pertencem à Transferro, mas argumentou que a Ferroeste tem o direito de assumir o contrato, ou seja, transferi-lo para o novo operador da ferrovia.
De acordo com o presidente da Ferroeste, a Ferropar descumpriu várias cláusulas do contrato de concessão, incluindo a frota disponível, que deveria ser de 60 locomotivas mas só conta com 15. Os 248 quilômetros da ferrovia foram construídos entre 1991 e 1994 em parceria do governo do Paraná com o Exército. Em 1996, foi assinado contrato de concessão do trecho à iniciativa privada, em leilão feito na gestão Jaime Lerner. A Agência Estado procurou o advogado que representa a Ferropar, mas não obteve retorno.
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