O principal ramal pernambucano da Ferrovia Transnordestina (Salgueiro-Suape) está longe de sair do papel, porque não tem projeto executivo. Na próxima semana, a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) vai escolher as empresas que farão os projetos executivos de três trechos da ferrovia, incluindo Salgueiro-Suape. Os projetos executivos serão concluídos, no mínimo, em um ano e somente depois disso as obras poderão ser iniciadas. A Ferrovia Transnordestina pretende ligar a cidade de Eliseu Martins, no sul do Piauí, aos portos de Pecém, no Ceará, e de Suape. No meio empresarial, circulam informações de que será construído um único ramal, que seria o que vai para Pecém, cortando todo o Estado do Ceará.
O projeto da ferrovia teve um financiamento de R$ 2,227 bilhões aprovado pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) que deverão ser liberados em quatro anos. Ao todo, o projeto custará R$ 4,5 bilhões.
Ainda em Pernambuco, o trecho que poderá ter as obras iniciadas, mais rapidamente, é o Salgueiro-Araripina, que depois de concluído poderá ser usado para levar as cargas para o Porto de Pecém. A CFN tem uma linha férrea em funcionamento que vai do litoral cearense à cidade de Missão Velha, no sertão daquele Estado, e o trecho que está em obras vai de Salgueiro a Missão Velha, fazendo a ligação com a linha cearense.
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Já o trecho Salgueiro-Araripina poderá ter as suas obras iniciadas porque o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) e o governo de Pernambuco fizeram o projeto executivo. “Esse projeto executivo foi concluído e, na próxima semana, vamos a Brasília pedir a licença de instalação para o trecho Salgueiro-Araripina”, comentou o diretor administrativo financeiro da CFN, Jorge Mello. As obras podem ser iniciadas depois que a licença de instalação for concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
IMPORTÂNCIA – A construção do ramal pernambucano da Transnordestina é importante para a economia do Estado, porque poderá trazer mais cargas para o Porto de Suape e baratear o escoamento da produção do gesso do Araripe, das frutas do Vale do São Francisco, trazer grãos mais baratos para o setor avícola, entre outros fatores.
“Pernambuco não pode ver esse trem passar. O atual governo de Pernambuco é aliado com o governo federal e o Estado não pode perder esta oportunidade”, disse o presidente do Sindicato da Indústria do Gesso de Pernambuco, Josias Inojosa Filho, que considera a construção da ferrovia fundamental para aumentar a competitividade do setor. Atualmente, o transporte da tonelada do gesso de Araripina para o Recife é feito por R$ 65, quando a ferrovia estiver funcionando o transporte da mesma quantidade do produto deverá custar R$ 20.
“A ferrovia deveria começar do Porto de Suape e ir subindo, já que ela é economicamente viável de Suape a Parnamirim”, defendeu o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger. No ano passado, a entidade estava tão preocupada com os rumores de que seria construído somente o ramal cearense, que chegou a fazer um debate sobre a ferrovia, convidando os executivos da CFN.
Suape sem ferrovia?
Circula entre empresários a versão sombria de que os trilhos da Transnordestina não chegarão, nesta década, ao Complexo Portuário de Suape. Se isso acontecer, Pernambuco em quase nada se beneficiará com a tão ansiosamente esperada ferrovia. O boato (torcemos para que o seja) é decorrente da notícia de que, na sua primeira etapa, a linha férrea deverá sair de Eliseu Martins, no Piauí, alcançando Salgueiro. Dali seguiria para o Ceará, na direção do Porto de Pecém.
Para compensar essa interpretação negativa, resta o fato concreto de que a ferrovia precisa de Suape, que é uma realidade, e não apenas um projeto para o futuro, constituindo-se no principal porto do chamado Nordeste Oriental. Ainda
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