Os 173 000 passageiros que neste Carnaval embarcarão rumo aos 66 destinos oferecidos pelo Aeroporto de Congonhas terão de torcer para que não chova. Desde o último dia 24 de janeiro, toda vez que a lâmina d´água sobre as duas pistas do aeroporto atinge 3 milímetros (a espessura de uma moeda de 50 centavos), os pousos e as decolagens são suspensos por questões de segurança. Há anos operando no limite máximo – o número de passageiros saltou de 5,7 milhões em 1997 para 18,4 milhões no ano passado –, Congonhas precisa urgentemente passar por reformas. Desde a entrada, a partir de 2000, das empresas de baixo custo no mercado de transporte aéreo – assim são chamadas as companhias que cobram tarifas reduzidas, como a Gol, a BRA e a OceanAir –, o volume de gente disposta a viajar de avião só vem aumentando. E os problemas também. A seguir, Veja São Paulo mostra o que deveria ser feito para evitar que o caos chegue de vez aos céus paulistanos.
Soluções para Congonhas decolar
O PROBLEMA
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Excesso de passageiros
É um frenético vaivém. A cada hora, 48 aviões pousam ou decolam em Congonhas, o maior aeroporto do país em número de passageiros (18,4 milhões por ano, contra 15,6 milhões em Cumbica) e de vôos (600 por dia, contra 430 em Cumbica). Construído nos anos 30 e ampliado nas décadas de 50 e 80, Congonhas tinha capacidade para atender 6 milhões de pessoas por ano. Em 2003, quando a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) concluiu a primeira etapa de uma série de obras que pretendiam desafogá-lo, já passavam por ali 12 milhões de passageiros por ano. O novo estacionamento, com cinco andares e 2 250 vagas, e a área de embarque, com 9 300 metros quadrados, três vezes maior que a anterior, foram projetados para receber justamente esse fluxo de pessoas. Ocorre que de lá para cá o movimento aumentou 50%. Ou seja, mesmo com a reforma ainda se formam grandes filas nos check-ins e faltam lugares para acomodar todos os usuários nos horários de pico. Um estudo feito pelo Instituto de Aviação Civil (IAC) prevê que em seis anos o número de passageiros poderá chegar a 28,6 milhões de pessoas por ano. Para atender esse mundaréu de gente, segundo projeções do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Congonhas precisaria ser ampliado em 350%. Encravado entre os bairros do Jabaquara e de Moema, o aeroporto não tem para onde crescer.
A SOLUÇÃO
Transferir parte dos vôos para outros aeroportos
Diante das limitações físicas de Congonhas, transferir parte dos vôos para Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas, é uma das saídas apontadas pelos especialistas para atender parte do excesso de passageiros. Os dois aeroportos teriam capacidade imediata de absorver, respectivamente, 20% e 2% das operações de Congonhas. As companhias aéreas resistem à idéia porque acreditam que vão perder rentabilidade, tendo em vista que o acesso é mais difícil, diz Leonel Rossi Júnior, diretor da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav). Considerando o crescimento da demanda, Cumbica e Viracopos também precisariam ser ampliados. A Infraero promete começar no segundo semestre as obras do terceiro terminal de Guarulhos, projetado para receber 12 milhões de passageiros por ano – atualmente a capacidade dos terminais 1 e 2, somados, é de 17 milhões. Mas não há previsão para o início da construção da sua terceira pista. Sem ela, o novo terminal ficará ocioso, explica o engenheiro Cláudio Jorge Pinto Alves, um dos coordenadores do estudo do ITA. Para fazer os passageiros optar por Cumbica, é preciso também tornar realidade o Expresso Aeroporto. Trata-se de outra obra necessária e cara: uma linha de trem, com 31 quilômetros de extensão, que ligará o centro de São Paulo ao aeroporto. Sua construção, de acordo com a Secretaria do Estado dos Transportes Metropolitanos, começa no ano que vem e deve ser concluída em 2010. Para Viracopos, os planos incluem, em dois anos, um segundo terminal e u
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